A asma é uma doença crônica caracterizada pela dificuldade de respirar. O tratamento consiste apenas em melhorar a qualidade de vida do paciente por meio do controle dos sintomas e do aprimoramento da capacidade pulmonar.
Um estudo liderado por pesquisadoras do Laboratório de Toxinologia Aplicada (Leta), do Instituto Butantan, identificou que o peptídeo patenteado TnP, pode ser um valioso aliado no tratamento da doença A substância é obtida em laboratório a partir do veneno do peixe niquim, uma espécie comum no Nordeste brasileiro, que pode ser encontrado tanto na água doce como na salgada.
Além disso, a medicação com TnP não provocou efeitos colaterais – diferente das terapias convencionais, que podem causar taquicardia, agitação, dor de cabeça e tremores musculares.
Leia mais:A pesquisadora Mônica Lopes-Ferreira, responsável pelo estudo, explica que a pesquisa começou com a identificação de peptídeos no veneno do peixe.
“Nós submetemos o veneno do peixe a uma cromatografia para identificar peptídeos e testamos várias moléculas. Essas toxinas provocam dor, edema, necrose. Até que chegamos a uma fração de peptídeos que não causava nenhuma ação danosa e isso nos chamou atenção. Esse tipo de descoberta é o outro lado da moeda”, explica Mônica.
Produzidos em laboratório
O passo seguinte foi fazer o sequenciamento da proteína para identificação da sua estrutura e, posterior, reprodução em laboratório – desta maneira, as pesquisadoras deixaram de depender da extração do veneno do peixe e passaram a testar moléculas sintéticas.