“Desde que os ursos chegaram, foi todo um preparo. Quando um animal mantido sob cuidados humanos reproduz, que faz parte do seu comportamento natural, é um presente para nós”, disse Laura Reisfeld, veterinária-chefe do Aquário de São Paulo.
Os vídeos da apresentação mostram o cuidado de Aurora com a pequena Nur. Antes do nascimento, a relação da ursinha com a mãe era um ponto de observação da equipe de veterinários.
De acordo com a veterinária-chefe do Aquário, a gestação dura em média de cinco a oito meses. “A gente fez essa janela: ‘o animal pode parir entre essa e essa data e, a partir dessa data, toda a equipe vai ficar de prontidão’, porque pode ser a qualquer momento. Estava todo mundo de prontidão no domingo em que a Nur nasceu”, explicou.
Leia mais:A ursinha nasceu na manhã do dia 17 de novembro de 2024, pesando aproximadamente 400 gramas, enquanto a mãe pesava 263 quilos. As horas que se seguiram ao nascimento foram de monitoramento por parte da equipe, para entender como seria a relação com a mãe.
“A mãe é enorme perto da bebê e vê-la manuseando com todo o cuidado, acolhendo, ajeitando e aquecendo, a preocupação dela de ‘não adianta só amamentar, ela nasceu com uma camada muito fininha de pelo, se eu não aquecer, ela não vai conseguir mamar’, então, com todo esse cuidado e dedicação dela de dar tudo que ela precisava, foi incrível”, conta Reisfeld.
Os pais
Mesmo com uma diferença considerável de tamanho – o macho pesa 600 kg, três vezes mais que a fêmea – de acordo com o Aquário, o casal Aurora e Peregrino sempre demonstrou uma boa relação e desenvolveu um vínculo forte, o que facilitou a reprodução.
A vinda do casal para o Aquário de São Paulo foi resultado de uma parceria técnico-científica com o zoológico de Kazan. Os pais de Nur nasceram na Rússia. Enquanto Aurora foi resgatada da natureza após a mãe ser caçada, Peregrino nasceu em um ambiente controlado por humanos.
O resultado mais significativo da parceira foi a tradução para o russo da obra “Polar Bears: The Natural History of a Threatened Species” (em tradução: “Ursos Polares: A História Natural de uma Espécie Ameaçada”), do pesquisador canadense Ian Stirling (1941-2024).
Ainda segundo os profissionais do Aquário de São Paulo, o comportamento do casal no Brasil é considerado único. Como na natureza o macho não desempenha nenhum papel na criação da prole, Peregrino passará a viver em um recinto diferente, já que a presença dele pode ser um fator de estresse.
(Fonte: CNN Brasil)