Correio de Carajás

Sou Flamengo! Mas não é o jogo: são as pessoas

Sou Flamengo! Todos que me conhecem sabem que sou Flamengo!

Então por que diabos estou com uma camisa do Corinthians justamente quando o Flamengo se tornou campeão em cima deste mesmo Corinthians?!

Calma: eu tenho uma história pra contar.

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Meu irmão sempre foi corintiano; foram mais de três décadas de discussões intermináveis, apostas impagáveis, gozações e deboches dos dois lados, embates que beiravam a agressão física e nunca chegavam a lugar nenhum!

Ele sempre foi uma pequena e barulhenta unidade desse “bando de loucos”.

Por causa dele, eu sempre odiei o Corinthians, mais do que todos os outros times, e tenho quase certeza de que o contrário também é verdade.

Mas um dia antes da final, 18 de outubro, completou-se um ano de sua morte prematura. Foi um baque!

E na noite desta quarta-feira (19), quando o Flamengo foi campeão, eu senti uma alegria triste. É difícil de explicar, eu sei. Mas nada é fácil.

Não é que eu tenha torcido para o Corinthians, mas se o Flamengo tivesse perdido, tudo bem. Eu não acredito em vida após a morte, nem em juízo final, mas se o Corinthians ganhasse a Copa do Brasil, seria como se eu estivesse dedicando esse título a ele.

De novo: é difícil explicar. Mas, em se tratando de sentimentos, nem tudo é preto no branco. Às vezes somos tomados por sensações incontornáveis, que são mais fortes do que nós.

Por isso, quando os amigos de militância me perguntam, como alguém como eu pode gostar tanto de futebol, essa ferramenta capitalista que aliena o trabalhador, eu sempre respondo que não é o jogo: são as pessoas!

Observação: As opiniões contidas nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do CORREIO DE CARAJÁS.