📅 Publicado em 12/11/2025 10h30
Em seu segundo dia, na terça-feira (11), a COP30 destacou como cidades, estados e municípios são essenciais para colocar a ação climática em prática e melhorar diretamente a vida das pessoas. O dia foi dedicado a iniciativas práticas que acontecem “no território”, diretamente nas casas, bairros e comunidades, ao invés de focar apenas em acordos nacionais.
Durante a programação, foi lançado o ‘Plano para Acelerar a Governança Multinível’ (PAS). Seu objetivo é fazer com que governos nacionais, estaduais e municipais trabalhem juntos de forma mais eficaz. Para colocar isso em prática, o Brasil e a Alemanha anunciaram que vão liderar conjuntamente a Coalizão CHAMP, uma aliança que já conta com 77 países.
Essa coalizão tem como meta consolidar essa colaboração em 100 planos climáticos nacionais, chamados de NDCs, até o ano de 2028, além de treinar 6.000 funcionários públicos locais.
Leia mais:Outra iniciativa importante que passou da fase de planejamento para a execução foi a campanha “Beat the Heat” (Combate ao Calor Extremo), liderada pela COP30 e pela ONU. A meta ambiciona proteger 3,5 bilhões de pessoas do calor extremo em 185 cidades, utilizando soluções baseadas na natureza, como parques e telhados verdes, além de resfriamento passivo em prédios e tecnologias de refrigeração mais eficientes.
Neste segundo dia a água também foi elevada a um pilar central da adaptação às mudanças climáticas. Foi anunciado um programa de investimento de 20 bilhões de dólares, liderado pela CEPAL e pelo CAF, visando garantir a segurança hídrica na América Latina e no Caribe até 2030.
O plano inclui projetos para água potável, modernização de irrigação e proteção contra secas e enchentes. Além disso, vários países assinaram uma ‘Declaração Conjunta sobre Água e Ação Climática’, comprometendo-se a colocar a gestão dos recursos hídricos no centro das políticas de clima.
Já no que diz respeito a outras ações práticas, foi lançada a iniciativa “No Organic Waste” (NOW), com um investimento inicial de 30 milhões de dólares, sendo 10 milhões destinados especificamente à América Latina. As metas até 2030 incluem reduzir em 30% as emissões de metano vindas do lixo orgânico, integrar formalmente um milhão de catadores de resíduos na economia circular e recuperar 20 milhões de toneladas de alimentos por ano, o que ajudaria a alimentar 50 milhões de pessoas.
Na área de construções sustentáveis, a iniciativa “Buildings Breakthrough” lançou as primeiras normas globais para edifícios com consumo de energia próximo de zero e resilientes. Países como França, Quênia e Japão se comprometeram a usar o poder de compras públicas para aumentar a demanda por esses prédios sustentáveis.
O Brasil também apresentou seu mutirão pela gestão sustentável de resíduos eletrônicos, focado em reciclagem, recondicionamento e educação, que incluiu a doação de 100 computadores recondicionados e celebrou a capacitação de 2.700 jovens na área.
Também na terça foi publicado o “Anuário da Ação Climática Global 2025”, um relatório que mostra o progresso e as lacunas da ação climática no mundo e foi lançada a “Maloca”, uma plataforma digital interativa desenvolvida pela ONU para permitir que pessoas de todo o mundo participem de eventos e discussões da COP30 virtualmente.
O dia terminou com uma reunião plenária que reforçou a mensagem principal: o futuro do Acordo de Paris está sendo construído “de baixo para cima”, com a liderança fundamental das cidades, regiões e comunidades.
Esta quarta-feira (12), 3º dia de COP30, terá como foco empoderar e capacitar pessoas, cobrindo temas como saúde, empregos, educação, cultura, justiça, direitos humanos e a adaptação indígena. (Com informações da equipe de comunicação da COP30)

