Correio de Carajás

Sobre o Dia dos Namorados: Não leia!

Na contramão do Dia dos Namorados, proponho uma reflexão para entristecer e colocar pulgas atrás da orelha.

Então, se você sonha com um romance, uma vida a dois, e faz planos para isso, não leia!

Do contrário, tudo que você ler daqui pra frente, será por sua conta e risco.

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Eu começaria dizendo o seguinte: as relações matrimoniais carregam, no seu cerne, um efeito muito mais de consolidação financeira, de estruturação familiar e de cuidados com a futura geração, do que de um romance propriamente dito. Mas isso é algo que só se descobre com o tempo.

Aquela química, aquela paixão, as conexões sentimentais que arrepiam a pele, que nos fazem desejar morrer pelo outro são um fenômeno inicial, que perde sua tenacidade com o passar dos dias. É um fenômeno que vira outra coisa.

Como disse padre Antônio Vieira (em o Tempo e o Amor), “tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera”.

E, parafraseando Sérgio Sampaio, o maldito, eu diria que “tudo que se ganha nessa vida é pra perder”.

Mas, calma! Isso não é ruim… nem bom. As coisas apenas são assim e precisamos tentar entender o processo.

Não quero dizer com isso que casais não sejam capazes de se amar intensamente por décadas, não posso ter essa pretensão. Mas alcançar isso não é algo comum e nem deveria ser perseguido.

Há também, no percurso de uma relação, efeitos colaterais, pessoas que atravessam e despertam o interesse, desejos (in)contidos, vontade de mudar de vida… muita coisa passa pela cabeça de qualquer pessoa normal.

Bom, depois de tudo isso, se você me perguntar o que eu vou fazer no Dia dos Namorados, eu digo que pretendo estar com minha companheira, desfrutando de bons momentos.

Mas antes disso, caso ela leia esse texto, eu terei que dar muitas e boas explicações.

 

 

Observação: As opiniões contidas nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do CORREIO DE CARAJÁS.