Correio de Carajás

Sinobras debuta focada em dobrar a produção e gerar mais empregos

Para a Imprensa local, vice-presidente da siderúrgica confirmou autossuficiência em produção de energia elétrica em dois anos

A Sinobras (Siderúrgica Norte Brasil), a segunda maior empresa privada em território marabaense, está debutando: completa 15 anos de atuação no Distrito Industrial de Marabá, ao mesmo tempo, está focada em um plano arrojado de investimentos para dobrar sua capacidade de produção e, ao mesmo tempo, gerar mais emprego e renda no município.

Na manhã desta quinta-feira, 4 de novembro, executivos da empresa receberam a Imprensa em sua planta industrial para falar dos avanços em uma década e meia de existência e anunciar os projetos que estão em execução desde 2013.

O vice-presidente, Ian Corrêa, lembrou que a Sinobras é uma das principais empresas do Grupo Aço Cearense, que gera, ao todo, mais de 4 mil empregos. Em Marabá, segundo disse em entrevista exclusiva ao CORREIO, são gerados 1.200 empregos diretos e mais 600 indiretos, via empresas terceirizadas que prestam serviços para a siderúrgica. Além disso, em 17 fazendas de três municípios do vizinho Estado do Tocantins, onde são cultivados eucaliptos para abastecer os altos-fornos em Marabá, a Sinobras emprega outras 400 pessoas, numa área de 38 mil hectares.

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A chamada Fase 2 da Sinobras, que prevê duplicar a capacidade de produção de 380 mil para 850 mil toneladas de aço/ano, recebe aporte de R$ 550 milhões, sem nenhum financiamento bancário. Com essa grana, a empresa está implantando uma segunda fábrica de oxigênio; um fragmentador de sucata (já em operação); uma segunda planta de laminação; e uma linha de transmissão própria, trazendo energia do linhão que vem de Belo Monte, onde a Sinobras é sócia como autoprodutora e tem 1% da energia gerada.

De acordo com Corrêa, a Sinobras consome, atualmente, mais energia do que toda a cidade Marabá. Todavia, alerta que a Equatorial Energia não tem capacidade para fornecer energia a novos projetos industriais que possam chegar a Marabá.

Quando a linha de transmissão, de 230 kv, estiver concluída e a nova subestação funcionando, a Sinobras deixará de consumir energia da Equatorial, que passará a ter o produto para ofertar a novas demandantes.

Profissionais de Imprensa de Marabá participaram da apresentação dos 15 anos da empresa

Desde que começou a operar, em 2008, a Sinobras se vê obrigada a desligar diariamente seus fornos entre 18h30 e 21h30, horário de pico de consumo e no qual a energia fica muito mais cara e a produção de aço se torna inviável. “A energia de Belo Monte vai suprir nossa demanda e permitir que os fornos funcionem 24 horas por dia”, celebra Ian Corrêa.

A previsão de conclusão da nova subestação e linha de transmissão e do projeto de Laminação 2 será maio e agosto de 2023, respectivamente.

O executivo da Sinobras ressalta que o projeto de expansão, chamado de Fase 2, foi retomado em outubro do ano passado e tem previsão de gerar 750 empregos na fase de construção e 220 novos empregos na operação. Ian disse à Imprensa marabaense que a empresa está focada no mercado nacional e em atender micro, pequenos e médios distribuidores de ferro para construção civil, principalmente no Norte, Nordeste e Centro Oeste.

Aço produzido em Marabá abastece empresas do Norte, Nordeste e Centro Oeste

FONTE DE ENERGIA

O vice-presidente da Sinobras fez questão de ressaltar que a empresa é a maior recicladora do Norte/Nordeste brasileiro, produzindo aço com 70% de sucata e 30% de ferro-gusa líquido.

“O crescimento que tivemos até aqui é se deve apenas à Sinobras. Honramos os nossos colaboradores, que se doaram e sonharam junto com a gente. A proposta do nosso grupo sempre foi e é fortalecer e desenvolver a região. Hoje, digo com orgulho que temos uma excelente reciclagem de metais, de aço e sucata em Marabá”, diz Ian Corrêa.

Após a apresentação, os jornalistas foram convidados para um passeio, a bordo de um ônibus, por toda a planta para conhecer as áreas onde estão sendo instaladas executadas as obras de expansão. (Ulisses Pompeu e Patrick Roberto)