Foi sepultado na tarde de ontem, sexta-feira (10), no cemitério de São Domingos do Araguaia, a 55 km de Marabá, o corpo do sindicalista Antônio Marcos Damasceno Reis, de 40 anos de idade. Ele foi morto a tiros dentro da sede do sindicato que presidia, na Alameda Atlântica, Bairro Agrópolis do Incra, Núcleo Cidade Nova, em Marabá. O crime aconteceu por volta do meio-dia da última quinta-feira (9) e há, pelo menos, seis testemunhas.
As informações repassadas pelas testemunhas para a Polícia Militar, que foi a primeira autoridade a chegar no local, são de que dois homens altos e fortes invadiram a sede do Sindicato Intermunicipal dos Agricultores Familiares e Empreendedores Rurais no Município de Marabá (SIAFER). Armados, os elementos anunciaram o assalto, mas o que eles queriam roubar não era dinheiro: era a vida do sindicalista.
Ainda de acordo com as testemunhas, um dos bandidos perguntou quem era Antônio Marcos, o qual se identificou e foi levado, aos empurrões, para o quintal da sede do sindicato. Enquanto isso, o outro pistoleiro ficou mantendo as seis pessoas que estavam na sala como reféns, empunhando uma arma e mandando todos abaixarem a cabeça e permanecerem calados.
Leia mais:Logo em seguida – relatam as testemunhas – foram ouvidos três disparos. Depois disso, o pistoleiro voltou do quintal e fugiu junto com o comparsa. As testemunhas não sabem dizer se os bandidos estavam de moto ou de carro. O que sabem é que, ao correrem para os fundos do prédio, encontraram Antônio Marcos já sem vida, caído no chão.
Diante disso, eles telefonaram para Núcleo Integrado de Operações Policiais (NIOP-190) e informaram o que havia acabado de acontecer. Imediatamente o NIOP acionou a guarnição da Polícia Militar que estava mais próxima do sindicato para se dirigir até o local.
Quando a viatura conduzida pelo cabo Santos e o soldado Jony chegou à sede do sindicato, os militares confirmaram a veracidade da denúncia, isolaram o local do crime e acionaram a Polícia Civil, através do Departamento de Homicídios, e também o Instituto Médico Legal (IML) para proceder as devidas perícias.
De acordo com informações obtidas pela reportagem do Jornal CORREIO, junto ao IML, Antônio Marcos foi alvejado realmente por três disparos de pistola (possivelmente calibre 380). Dois tiros lhe atingiram nas costas e um terceiro – de misericórdia – perfurou a cabeça.
O caso será investigado pela delegada Raíssa Beleboni, do Departamento de Homicídios. Ela ainda não falou sobre o caso, pois as testemunhas começaram a ser ouvidas agora. Mas uma das linhas de investigação deve ser a disputa por alguma terra na zona rural. (Chagas Filho com informações de Josseli Carvalho)
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Ouvidos na tarde de ontem pela reportagem do Jornal CORREIO, vizinhos do sindicato disseram que depois dos disparos, dois elementos foram vistos correndo pela rua que dá acesso ao bairro Novo Horizonte, dando a entender que o veículo que lhes dava suporte na empreitada criminosa estava um pouco distante do local do crime, para evitar ser reconhecido pelas testemunhas.