Simone Biles e outras atletas da ginástica artística dos Estados Unidos estão processando o FBI em mais de U$1 bilhão, cerca de R$4.87 bilhões, por erro na investigação no caso de assédio e abuso sexual do médico esportivo Larry Nassar. A acusação seria que o órgão “não respondeu às alegações contra Nassar com a maior seriedade e urgência de que eles mereciam e exigiam”.
De acordo com as atletas, o FBI sabia de denúncias contra Nassar em 2015, mas não tomou as providências necessárias na época. A denúncia afirma que Nassar continuou praticando assédio contra ginastas por mais um ano sem ser punido, após o FBI ter conhecimento do caso.
Ao todo foram 150 vítimas do médico esportivo, que trabalhava com a seleção norte-americana de ginástica olímpica. Nassar foi condenado em uma pena de 40 a 175 anos de prisão pelos casos de abuso e assédio sexual em 2018. O ex-médico, no entanto, já cumpria pena de 60 anos após ser denunciado por possuir materiais de pornografia infantil em 2017.
Leia mais:As atletas, agora, buscam justiça contra o órgão de investigação norte-americano. Em seu depoimento no senado dos Estados Unidos em 2021, Simone Biles, campeã olímpica nas Olimpíadas do Rio em 2016, culpou órgão e a federação norte-americana de ginástica.
– Não quero que nenhuma outra atleta sofra o horror que eu vivi. Sofremos e seguimos sofrendo porque ninguém fez o necessário para nos proteger. Falharam conosco e merecemos respostas. Nassar está no lugar a que pertence, mas aqueles que permitiram os abusos têm de prestar contas. – disse a atleta muito abalada durante o depoimento.
A ex-ginasta da Universidade de Michigan, Samantha Roy reforçou que as ações tardias do FBI contribuíram para a continuidade das práticas ilegais de Nassar.
– Se o FBI tivesse simplesmente feito seu trabalho, Nassar teria sido detido antes mesmo de ter a chance de abusar de centenas de garotas, inclusive eu. – disse Samantha
A campeã Olímpica McKayla Maroney foi uma das primeiras a denunciar Nassar. No entanto, a ex-ginasta afirma que não só não teve sua denúncia levada à sério, como suas falas foram adulteradas pelo FBI.
– Depois de contar toda a minha história de abuso ao FBI em 2015, não apenas o FBI não relatou meu abuso, mas quando finalmente documentou minha denúncia 17 meses depois, eles fizeram afirmações totalmente falsas sobre o que eu disse. – confirmou Maroney
A investigação contra Nassar foi iniciada em 2016 e teve seu fim decretado apenas em 2018. O ex-médico cumpre pena em uma penitenciária na Flórida.