Na manhã desta sexta-feira, 26, a Câmara Municipal de Marabá foi palco de um evento alusivo à campanha Julho Amarelo, organizado pelo Secretaria de Estado de Saúde (SESPA), por meio do 11º Centro Regional de Saúde (CRS). A campanha, instituída no Brasil pela Lei nº 13.802 de 2019, tem como principal objetivo reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais, um grupo de infecções que afeta milhões de pessoas globalmente e pode levar a sérios problemas de saúde, incluindo câncer de fígado e cirrose.
Em 2024, as atividades do Julho Amarelo na região administrativa do 11º CRS da SESPA envolveram uma série de ações integradas, incluindo estímulo e apoio às iniciativas municipais nos 21 municípios de abrangência. As ações foram coordenadas entre a vigilância das ISTs, Imunização, Vigilância da Saúde do Trabalhador e Centros de Testagem e vacinação contra hepatite B em várias instituições, como a Defensoria Pública do Estado do Pará, em Marabá, o Ministério Público do Estado do Pará, a Câmara Municipal de Marabá e outros locais.
ENTENDA
Leia mais:As hepatites virais são infecções que causam inflamação do fígado e podem levar a complicações graves, como insuficiência hepática e câncer. Estima-se que, no Brasil, milhões de pessoas vivam com hepatite B ou C, muitas vezes sem sintomas até que a doença esteja em estágio avançado. A campanha Julho Amarelo visa conscientizar a população sobre a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado dessas doenças.
MESA DO EVENTO
A coordenadora da Vigilância em Saúde do 11º CRS, enfermeira Ana Raquel Santos Miranda, foi responsável por coordenar o evento, e enfatizou a necessidade de um planejamento estratégico e eficiente para combater as hepatites virais, um desafio que requer dados concretos e oportunos. “O dilema das hepatites virais não pode mais ser tratada como uma questão de campanha pontual. Precisamos sentar e planejar. Para isso, precisamos que os dados sejam concretos, oportunos e efetivos, para poderem subsidiar nosso processo de planejamento”, alinhavou.
Segundo ela, o objetivo desta sexta-feira é conversar e planejar tal trabalho, considerando os prazos para eliminar as hepatites. “Temos compromissos assumidos que precisamos cumprir”, finaliza.
Anne Beatriz Rodrigues Fernandes, chefe da Divisão Técnica do 11º CRS, ressaltou a importância da troca de os profissionais de saúde dialogarem para que os cases de sucesso possam ser avaliados pelos demais. “Que seja um momento de muita troca de experiência, porque às vezes a gente vê nos outros municípios o que conseguimos fazer no nosso. São nesses momentos que temos essa oportunidade”, pontua.
Francisco Saraiva, coordenador regional do Programa IST/HIV/HEPATITES virais do 11º CRS, abordou os desafios enfrentados na vigilância das hepatites virais e falou da importância da vigilância epidemiológica. “Hoje, passamos por um momento de socialização desse cenário das hepatites, principalmente os desafios que temos nessa caminhada. Há aproximadamente dois anos, as infecções sexualmente transmissíveis vieram para dentro da vigilância”, explicou.
Ele aproveita para pontuar que este é o segundo encontro e a esperança é de que seja o segundo de muitos, cada vez mais vitoriosos em relação aos desafios na vigilância epidemiológica.
Complementando a sessão de abertura, Alex Santos, diretor administrativo do 11º CRS, parabenizou a presença de todos e também falou da importância do evento para a qualificação dos profissionais de saúde. “Parabenizo a vinda de todos para esse momento tão grandioso na saúde. Sabemos que são momentos no mês de julho que deixam a expectativa de tirar férias, mas vocês se preocuparam em se qualificar para levar a melhor informação sobre as hepatites. Espero que todos tenham um dia proveitoso e absorvam bastante conhecimento”, disse.
O evento também contou com a presença de Lorena Fachetti, chefe da Divisão de Organização, Controle e Avaliação do 11º CRS, que enfatizou o comprometimento dos profissionais de saúde e a importância da troca de experiências. “É um mês que todos poderiam estar em casa com suas famílias, mas estamos aqui buscando o melhor para o nosso município. Essa troca de experiências é crucial para o desenvolvimento da saúde em nossa região”, ponderou.
Nádia Izabel Santos, coordenadora de Vigilância em Saúde de Abel Figueiredo, observa que aquele município conta com 100% de cobertura da atenção primária. Com isso, o serviço de saúde consegue fazer busca ativa dos casos de hepatites virais no dia a dia das unidades básicas de saúde. “Neste mês de julho a gente intensifica a campanha, mobiliza ainda mais a equipe, reforça a divulgação e decora a UBS. Apesar de a gente disponibilizar a vacina contra a hepatite B, com três doses, que confere uma excelente imunização, percebemos que boa parte da população ainda não sabe que uma pessoa consegue se proteger dessa doença tão grave mantendo a imunização”, explica ela.
PROGRAMAÇÃO
As atividades do Julho Amarelo terão o ponto alto em 28 de julho, no qual é o Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais. O 11º CRS reafirma seu comprometimento em combater essas infecções, contribuindo para sua eliminação na região, no Estado do Pará, no Brasil e no mundo.
O evento na Câmara de Marabá representa um passo significativo nesse esforço contínuo, reunindo profissionais de saúde, autoridades e a comunidade para discutir e planejar ações eficazes de combate às hepatites virais.
(Ulisses Pompeu e Thays Araujo)