A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Coordenação Estadual do Programa de Controle da Doença de Chagas e Coordenação Estadual de Entomologia, divulga orientações sobre as principais espécies de barbeiros no Pará, os insetos transmissores da doença. As recomendações fazem parte do material informativo a ser distribuído aos 13 Centros Regionais de Saúde da Secretaria e aos munícipios de abrangência.
A Sespa quer que o conteúdo seja difundido durante as ações de monitoramento do programa Chagas nos municípios. O material será incluído nas ações de treinamentos em investigação epidemiológica e entomologia, estratégias de educação em saúde e mobilização social.
O material descreve cinco tipos de insetos transmissores da doença, suas dimensões e distribuição geográfica pelo Brasil, sendo que todos são encontrados no Pará: Rhodnius pictipes; Triatoma rubrofasciata; Panstrongylus lignarius; Panstrongylus geniculatus e Eratyrus mucronatus.
Leia mais:O informativo ainda orienta a população sobre os procedimentos que devem ser tomados em caso de captura de barbeiros ou de espécies parecidas. Entre as recomendações, estão atitudes como não matar os insetos, mas levá-los vivos, em um pote com a tampa furada, para um Posto de Informação de Triatomíneo (PIT) ou para a Secretaria Municipal de Saúde, para que sejam encaminhados a laboratórios de entomologia para identificação e exame de infecção.
A Sespa ovserva também que junto ao pote, deve-se deixar o nome e telefone, para que posteriormente um agente de saúde possa dar retorno e repassar mais informações. “É fundamental que os municípios fortaleçam a vigilância do vetor (barbeiro) para monitorar a invasão dos insetos nas residências, controlar o processo de infestação no peridomicilio e trazer a população para auxiliar no processo de prevenção, imprescindível para a redução da transmissão vetorial da doença”, explica a coordenadora de Entomologia, Bárbara Almeida.
Para o coordenador do Programa de Controle da Doença de Chagas, Eder do Amaral Monteiro, as orientações promovidas aos profissionais de Saúde e população, em geral, compõem uma das estratégias que garantem a manutenção do cenário de queda do número de casos no Pará.
Em dois anos, houve uma redução na ordem de 26,31%. Em 2019, a Sespa registrou 285 casos confirmados e, no ano seguinte, 210. Em janeiro deste ano, já foram 18 casos registrados.
O papel da Sespa é de apoiar os municípios com assessoria técnica, por meio da capacitação dos profissionais, para que a rede de atendimento esteja articulada e funcione da melhor forma possível, o que garante diagnostico oportuno e tratamento imediato aos casos notificados.
O fluxo inclui o trabalho da Vigilância Sanitária, com o ensino das boas práticas na manipulação de alimentos. Pelo Plano Estadual de Intensificação das Ações de Controle da Doença de Chagas, a Sespa desenvolve atividades de Vigilância Epidemiológica, Sanitária, Pesquisa de Reservatórios, Vigilância Entomológica, Vigilância Laboratorial e Assistência.
Transmissão e sintomas – A doença de Chagas é transmitida pelo barbeiro infectado, que ao picar uma pessoa sadia deposita fezes contaminadas no ferimento, permitindo a entrada do parasito Trypanosoma cruzi na corrente sanguínea (transmissão vetorial).
A doença também pode ser transmitida por via oral, por meio de alimentos contaminados pelo Tripanosoma cruzy. A Transmissão congênita (mãe-bebe) também já foi identificada no Pará.
Na fase aguda, os principais sintomas são dor de cabeça, febre, cansaço, edema facial e dos membros inferiores, taquicardia, palpitação e dor no peito e falta de ar. Como os sintomas iniciais parecem com o de outras doenças, a pessoa deve procurar a unidade de saúde mais próxima de sua residência para atendimento médico imediato para fazer os exames de diagnostico.
O diagnóstico precoce é fundamental nos casos de doença de Chagas, pois quanto mais tempo leva para o paciente iniciar o tratamento, mais danos o parasito Trypanosoma cruzi causa no organismo, principalmente no coração e sistema digestivo.
Um paciente com suspeita da doença precisa ser logo notificado e imediatamente encaminhado para exame e início do tratamento, visando à redução das sequelas, uma vez que a doença de Chagas não tem cura.
Todo paciente agudo torna-se crônico com ou sem sequelas. E, embora a sorologia do paciente possa dar negativa para a doença após algum tempo, o parasito permanece no tecido e o estrago que faz no coração é irreversível. Por tudo isso, o paciente com Chagas recebe medicamento específico por dois meses e permanece sob acompanhamento pelo período de cinco anos na atenção básica municipal e, quando necessário, por especialista cardiologista, infectologista e gastroenterologista. (Agência Pará)