Em alusão ao Dia Mundial da Obesidade, 4 de março, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) chama a atenção para o tema e as principais causas, incentiva a prevenção e esclarece sobre as ações estaduais desenvolvidas para conter o avanço dessa doença.
Considerado um distúrbio crônico, a obesidade se caracteriza e pelo acúmulo excessivo de gordura corporal e o número de pessoas obesas têm crescido, tornando a doença um problema de saúde pública. Muitos fatores são apontados como causas, como os genéticos, individuais/comportamentais e ambientais. No entanto, especialistas apontam outro motivo: a rotina que atrapalha a adoção e manutenção de hábitos alimentares saudáveis e a prática de atividade física.
Dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) do Ministério da Saúde em 2021 apontam que, no Pará, 37,5% dos adultos apresentam excesso de peso. A maior prevalência é no público masculino (39,4%). A condição de obesidade, que engloba parte dos indivíduos, já atinge 25,9%.
Leia mais:O problema do excesso de peso tem afetado também os mais jovens no Estado. Entre as crianças atendidas na Atenção Primária, em 2021, 7,0 % dos menores de 5 anos e 8,0% das crianças entre 5 e 9 anos apresentaram peso elevado para a idade. Quanto aos adolescentes acompanhados no mesmo período, cerca de 19,6% e 9,1% apresentavam excesso de peso e obesidade, respectivamente.
O IMC, em adultos, pode predizer o diagnóstico de obesidade, segundo a classificação: Baixo peso: IMC abaixo de 18,5 kg/m2; Peso normal: IMC entre 18,5 e 24,9 kg/m2; Sobrepeso: IMC entre 25 e 29,9 kg/m2; Obesidade: IMC maior ou igual a 30 kg/m2. O IMC elevado é um importante fator de risco para doenças cardiovasculares, distúrbios musculoesqueléticos (especialmente osteoartrite), problemas psicológicos, câncer e, em meio à pandemia, podem desenvolver casos mais graves de Covid-19.
Nesse sentido, a Sespa, por meio das equipes das coordenações estaduais de Nutrição e do Programa de Controle de Doenças Crônicas, atua nas ações educativas junto aos profissionais de saúde dos municípios, capacitandos-os para atuar nas ações de segurança alimentar e nutricional, promoção da alimentação saudável e prevenção de doenças e junto à população, orientando sobre a importância de seguir os dez passos para uma alimentação saudável, promovendo a saúde e prevenindo a ocorrência de doenças associadas à má alimentação.
“Nos últimos anos, tem se observado mudanças no padrão de consumo de alimentos da população, com a diminuição da participação de alimentos in natura, como arroz e feijão, e a preferência por alimentos ultraprocessados, cada vez mais presentes na alimentação dos paraenses. Por isso temos nos empenhado em multiplicar as informações aos municípios”, explica a coordenadora de Nutrição da Sespa, Walquíria Moraes.
Para amenizar os transtornos causados pela doença, a Sespa tem desenvolvido o Programa Obesidade Zero, criado e executado desde 2020 com o objetivo de acelerar o acesso gratuito à cirurgia bariátrica para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa faz parte de uma política de Estado denominada Fila Zero, que tem a finalidade de acabar com as filas para atendimentos especializados. Em pouco mais de dois anos de funcionamento, o Programa já realizou 274 cirurgias bariátricas.
A cirurgia bariátrica é considerada um dos mais importantes tratamentos contra a obesidade grau 3. O procedimento consiste na gastroplastia, a redução do tamanho do estômago, com o objetivo essencial de perda de peso. O procedimento é indicado para pessoas que têm Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 40 kg/m2, e para IMC entre 35 e 40 kg/m2, que tenham, pelo menos, uma doença associada à obesidade – diabetes, hipertensão arterial, colesterol alto, gordura no fígado, artrose ou doenças dos vasos nas pernas.
O primeiro passo para ter acesso ao “Obesidade Zero” e se cadastrar no site oficial do Programa. No próprio site o paciente faz uma autoavaliação, responde perguntas e esclarece dúvidas. Depois, é só aguardar o contato do Hospital Jean Bitar para agendamento da primeira avaliação clínica com a equipe de Endocrinologia.
O atendimento inicial consiste na triagem, para verificação do peso, altura e IMC. Considerando o resultado da avaliação e as doenças associadas à obesidade, a equipe de especialistas decide se o paciente deve ou não passar pela cirurgia bariátrica. Os pacientes que não se enquadram para o procedimento são encaminhados para tratamento clínico da obesidade no ambulatório do Hospital.
Serviço: Para participar do Programa Obesidade Zero o candidato deve acessar o site Obesidade Zero.
(Agência Brasil)