O Dia Mundial de Luta Contra a Malária, celebrado no dia 25 de abril, tem como objetivo aumentar a conscientização sobre a prevenção a essa doença. Nesse sentido, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) considera oportuno o alerta à população sobre a importância de combater a ação dos insetos transmissores da doença.
Em dados da Coordenação de Controle da Malária da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), atualizados até o dia 19 de abril, já foram confirmados 6.603 casos de malária este ano no Pará, correspondendo a um aumento de 6,9% de registros se comparado ao mesmo período de 2023, cujos 12 meses registraram 22.930 casos confirmados, representando uma redução de 3,30% em comparação a 2022.
A ocorrência de casos neste ano correspondeu principalmente aos municípios de Jacareacanga (2.666), Itaituba (1.766), Anajás (892), Chaves (265) Breves (198) e Bagre (133). Para este ano, as ações desenvolvidas pelo Governo do Estado, por meio da Sespa, em conjunto com os 144 municípios paraenses, prosseguirão na vigilância constante dessa endemia e na facilitação do acesso ao diagnóstico e ao tratamento imediato dos casos suspeitos da doença, além do combate ao inseto transmissor.
Leia mais:Segundo a coordenadora estadual de Controle da Malária, Paoola Vieira, do total de casos confirmados ocorridos este ano, 2.842 ocorreram em área de garimpo; 2.361 em área rural; 1.254 em terras indígenas; 144 em ambientes urbanos e 2 em assentamento.
Sintomas e tratamento
A malária é causada por um parasito transmitido pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, que se infecta ao picar uma pessoa doente. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre alta, calafrios, tremores e sudorese. Outros sintomas que podem aparecer inicialmente são náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite.
O diagnóstico pode ser feito por meio de gota espessa ou teste rápido. A gota espessa é obtida com amostra de sangue colhida diretamente por punção digital.
A malária tem cura e o tratamento é eficaz, simples e gratuito. Entretanto se não for diagnosticada e tratada de forma oportuna e adequada, pode evoluir para as suas formas graves. Daí a importância de a pessoa, que tenha viajado, nos últimos 15 dias, para uma área endêmica de malária, procurar imediatamente o serviço de saúde assim que apresentar algum desses sintomas.
O tratamento é feito de acordo com o peso do paciente e espécie parasitária, podendo ser por P. vivax, P. falciparum ou mista. Com resultado positivo para malária, o paciente recebe os medicamentos e inicia imediatamente o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É importante que o paciente complete o tratamento mesmo já estando sem sintomas, para que alcance totalmente a cura.
As principais medidas preventivas são instalar telas em portas e janelas da casa se possível; evitar construir casas perto de matas e igarapés, pois são locais onde o mosquito vive e se reproduz e usar mosquiteiros e repelentes.
Ações da Sespa – Ao longo deste ano, a Sespa continuará intensificando as ações de forma complementar para garantir o controle e reduzir a carga da doença. Porém, é importante dar sustentabilidade a essas ações e manter a vigilância, assim como também sensibilizar a gestão local.
De janeiro a março deste ano, 7.550 mosquiteiros impregnados com inseticida de longa duração (MILD) já foram distribuídos pela Sespa só este ano aos 7º, 8º e 9º Centros Regionais de Saúde, com base em critérios como casos notificados por localidade, número de prédios e da população afetada.
No que tange ao uso de inseticidas para combate ao mosquito, Paoola Vieira explicou que existem dois tipos de borrifação: a intradomiciliar, na qual são borrifadas as paredes internas das residências e onde o inseticida persiste atuante por até quatro meses, sendo assim a mais eficaz.
“A outra é a nebulização espacial extradomiciliar, que é indicada como última estratégia de controle, e quando há estudo prévio do comportamento desse vetor na área. Ela só deve ser utilizada quando há alta densidade de mosquitos na área externa da casa, que, na maioria das vezes, ocorre em período noturno”, concluiu.
Para também combater a doença, a Sespa distribuiu 249.437 comprimidos de medicamentos antimaláricos nos três primeiros meses de 2024 aos 13 Centros Regionais de Saúde, a fim de atender as Secretarias Municipais de Saúde conforme as demandas. Outra medida nesse período foi a distribuição de 7.575 testes rápidos divididos entre o 3º, 8º e 9º Centros Regionais de Saúde.
Prosseguirão também este ano o assessoramento técnico nas ações de investigação e controle de casos, com capacitações realizadas pela Sespa, com apoio do Laboratório Central do Estado (Lacen) em diversos municípios e dezenas de participações de técnicos da Coordenação de Malária em capacitações sobre a doença, em articulação com os demais entes federativos.
(Agência Pará)