Na manhã desta segunda-feira, servidores municipais paralisaram por algum tempo as vias da Rodovia Transamazônica (BR-230) em frente a Secretaria Municipal de Viação e Obras Públicas (Sevop) na Nova Marabá. A paralisação é o ato inicial das reivindicações que tem dentre as pautas, o aumento do vale alimentação, redução da carga horaria dos novos concursados para 30h, adequação da escala 12×36 e reajuste do valor dos plantões.
Sob um forte sol, trabalhadores da educação, saúde, administração e demais categorias do funcionalismo público do município, iniciaram o dia interditando as duas vias da Rodovia Transamazônica, com faixas e cartazes conclamando a “Greve Geral Unificada”. O ato iniciou dentro do pátio da Sevop, que é onde o prefeito realiza os despachos diários.
Como nenhum representante do governo foi até os servidores para conversar a respeito, eles levaram suas faixas e cartazes até as vias da BR-230, uma medida para chamar a atenção de todos sobre a mobilização. As faixas e cartazes dos manifestantes promovem cobranças dirigidas ao prefeito Tião Miranda.
Leia mais:“Não vamos desistir, vamos para a nossa caminhada, vamos para a luta. Vamos pedir respeito para as nossas categorias”, disse um manifestante através do carro de som. A articulação da ação aconteceu durante assembleia unificada realizada no dia 12 de maio.
Joyce Cordeiro Rebelo, coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp) foi a porta voz dos manifestantes e explicou para a Reportagem do CORREIO DE CARAJÁS a motivação e programação da greve, que abrange todos os trabalhadores de órgãos públicos, que estão insatisfeitos com o governo.
Segundo ela, os protestos são frutos do descaso da prefeitura em relação as categorias e, pontuou, da falta de respeito do governo em manter sua palavra com os servidores. Ela explica que no ultimo dia 20 uma reunião estava marcada com a gestão municipal, para tratar de pautas que ficaram pendentes desde a ultima mobilização (realizada em fevereiro), dentre elas o piso salarial dos professores, que ainda não foi pago. O governo municipal quebrou o acordo feito na ocasião e reunião não foi realizada, o que – nas palavras de Joyce – desencadeou as manifestações atuais.
Ainda na manhã de segunda-feira, após liberarem as vias da BR-230 e se dirigirem novamente para o pátio da Sevop, os servidores abrem a votação da agenda semanal da greve. “Enquanto o governo não atender as reivindicações, a greve se mante” afirma veementemente a coordenadora.
De acordo com informações de Joyce, em torno de 100% dos postos de trabalho foram chamados à ação, em uma mobilização que começou no âmbito virtual. O ato é apenas a abertura das deliberações que o comando de greve espera realizar com a gestão municipal.
Em nota, a assessoria da prefeitura de Marabá diz que “a gestão entende o direito à paralização e informa que o ponto central, que é o Vale Alimentação, já está em tratativa na Câmara Municipal e que as demais pautas estão também sendo discutidas com os diretores e presidentes de sindicato, para que juntos, Gestão e Sindicatos possam achar a melhor solução”. (Luciana Araújo e Chagas Filho)