Correio de Carajás

Sepultado em SP o histórico comerciante Salomão Darwiche

Uma cerimônia com a presença da família, no Cemitério Islâmico de Guarulhos, marcou a despedida a Walid Abdul Rahman Darwiche, o popular Salomão, na quinta-feira (10). Ele faleceu naquele mesmo dia no Hospital São Paulo, vitimado por uma pneumonia, durante tratamento de câncer de pulmão. Salomão, de 72 anos, foi um histórico comerciante da Av. Antônio Maia, no Centro de Marabá, por 27 anos, desde a sua chegada, em 1976, com a sua loja Moda Jovem.

Salomão nasceu no Líbano, na cidade do Karaoun, no Vale do Bekaa. Veio para o Brasil em meados de 1960, como tantos outros de mesma origem, atrás de oportunidades para a sua família. Morou primeiro em São Paulo por quase 10 anos e se casou com dona Fátima, companheira de toda a vida. Com ela teve os filhos Raida, Raid e Nagib Darwiche. Militaram no comércio da Marabá Pioneira até 2003, quando se mudaram para São Paulo, capital.

O amor por Marabá, terra onde constituiu muitos amigos e prosperou, nunca acabou. Todos os anos Salomão fazia questão de vir visitar a cidade e os seus. Principalmente com frequência na Loja Maçônica Firmeza e Humanidade Marabaense, da qual era membro.

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O filho Raid revelou ao CORREIO que o pai, inclusive, estava decidido a voltar a residir em Marabá a partir de 2021, assim que a pandemia de covid-19 estivesse controlada.

Sobre o câncer, Salomão tratou por muitos anos e venceu um nódulo no pulmão. Vinha fazendo acompanhamento e em novembro de 2018 não havia alterações. Em novos exames, em dezembro de 2019, no entanto, um novo nódulo foi detectado e que se desenvolveu rapidamente, complicando bastante a sobrevida do paciente.

“Como ele vinha fazendo o acompanhamento médico e estava tudo controlado não haveria necessidade de ficar morando em São Paulo, e os agendamentos eram de 6 em 6 meses, e o oncopneumo era uma vez ao ano e ia para cada 2 anos”, explica Raid sobre o tratamento.

Nos últimos meses, no entanto, Salomão começou a ficar bastante debilitado na função pulmonar, até que foi internado no final de agosto. Teve uma melhora no último dia 4, a ponto de se comunicar por mensagem de voz com amigos, mas nesta nova semana, não resistiu.

HOMENAGEM

A Grande Loja Maçônica do Pará (Glepa) emitiu longa nota em que comunica e lamenta a perda de Salomão Darwiche. “Mas uma coisa é certa, ele viverá em nossos corações, em nossas saudades e principalmente na memória de cada um de nós, pela pessoa maravilhosa que ele foi em vida”, escreveu em um dos trechos, o grão-mestre da Maçonaria, Edilson Araújo. (Patrick Roberto)

Em foto de 2005, em arquivo de entrevista ao CORREIO