Um acordo de cooperação técnico científico entre o Brasil e a Índia vai permitir um salto de qualidade na bubalinocultura paraense. Essa parceria foi fechada durante a missão do Pará no território indiano, que durou 12 dias. O Estado negociou o acordo com o país do continente asiático e os resultados do que foi celebrado foram apresentados nesta sexta-feira (8), na Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa).
A negociação foi feita por meio do Programa de Melhoramento Genético da Pecuária Bubalina Leiteira e Familiar (Promebull-Pará), desenvolvido pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) e Empresa de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) da Amazônia Oriental. A relação entre os dois países se dará por meio da permuta de sêmen melhorado e de tecnologia em prol da pecuária bubalina leiteira familiar.
As informações foram repassadas pelos zootecnistas Ribamar Marques, da Embrapa; Guilherme Missen e Otavio Lemos, da Faepa; e o médico veterinário Tarcísio Mesquita, da Sedap. Foi uma intensa programação de visitas técnicas a institutos de pesquisa, fazendas e aldeias criadoras de búfalos e autoridades indianas, para conhecer a tecnologia de manejo dos animais e discutir os termos do acordo bilateral.
Leia mais:Até abril chegarão as primeiras duas mil doses de sêmen de búfalos indianos para inseminar as vacas bubalinas do Pará, com resultado esperado para os próximos dois anos. A meta inicial é dobrar a produtividade leiteira paraense, que hoje é de 6 litros por animal. A expectativa é com base nos resultados do Promebull, que começou em 2015 no Marajó, onde um pequeno criador com 19 cabeças conseguiu produzir nove bezerros nesse período com sêmen produzido pela Embrapa das raças Murrah e Mediterrâneo.
O secretário adjunto da Sedap, Lucas Torres, considera o Promebull “um programa inovador que vai expandir a produção leiteira no Pará”. O coordenador do programa, Ribamar Marques, garante que “é o projeto de melhoramento de búfalos mais importante já criado no país, capaz de dar resultado em tempo record, de dois a três anos, e ainda democratiza a genética”.
Para o superintendente federal de Agricultura no Pará, Clésio Santana, “não se faz produção sem tecnologia e o Pará deu um grande salto em representatividade ao obter o maior Produto Interno Bruto (PIB) do país, no setor do agronegócio”.
A tecnologia do Promebull será exportada para os criadores da Índia, que possui a maior população de búfalos do mundo e onde a vaca é sagrada. O presidente da Associação dos Criadores de Búfalos do Pará, Roberto Fonseca, disse que “o Promebull realiza o sonho do produtor que é a melhoria da qualidade não só no Pará, mas no Brasil”. (Agência Pará)