Representantes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) participaram, até a última quinta-feira (8), de uma expedição na Região Carajás com o objetivo de implantar um corredor ecológico, conectando o Mosaico Terra do Meio à grande Ilha Floresta Mosaico Carajás, composta por cinco unidades de conservação (UCs) e pelas Terras Indígenas Xikrin do Cateté e Trincheira Bacajá.
Os corredores ecológicos são porções de ecossistemas que promovem a ligação entre áreas fragmentadas, sendo importantes para garantir o deslocamento de animais e a dispersão de sementes entre essas áreas. Esses corredores são fundamentais para diminuírem o impacto dos homens nessas regiões, uma vez que a fragmentação de habitats pode ter consequências drásticas para a fauna e a flora local, sendo responsável até mesmo pela extinção de espécies.
A técnica em Gestão Ambiental da Semas, Deborah Barros, relata que a ação contou com a participação de diversos órgãos e instituições de pesquisa. Segundo ela, em fevereiro de 2023, houve uma primeira expedição do grupo de trabalho visando conhecer o território e entender a paisagem.
Leia mais:“Naquela oportunidade, a equipe conversou com instrutores da TI Trincheira Bacajá e visitou alguns produtores assistidos pelo ICMBio no programa Agricultura de Conservação, que se assemelha com parte das ações desenvolvidas pelo programa estadual Territórios Sustentáveis. Além disso, ocorreram 2 dias de Reunião Técnica realizada em Marabá com a presença o da ABEX-Associação Bebô Xikrin do Bacajá, pois além da conexão vegetal entre os Mosaicos, há também a conexão cultural entre os Xikrins do Cateté e os Xikrins do Bacajá”, disse
Ainda de acordo com a técnica da Semas, o objetivo desta segunda expedição, por um período de 9 dias, nas cidades de Marabá e São Félix do Xingu, é entender e compreender a realidade das comunidades que irão se beneficiar com a implementação do corredor ecológico. “Nesta segunda expedição, que ocorre desde o início de fevereiro, o grupo de trabalho busca entender a realidade dos produtores locais, o tamanho de suas propriedades, área de reserva legal e áreas de preservação permanente, o que produzem, quais suas dificuldades e potencialidades na zona núcleo do corredor e ainda, alcançar adesão destes ao projeto para o avanço em ações de regeneração produtiva ou ecológica em locais alterados ou degradados pela ação humana”, concluiu Deborah Barros.
Corredores Ecológicos
O Corredor Ecológico é um instrumento de gestão e ordenamento territorial, definido pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC (Lei 9.985, de 18 de julho de 2000), com o objetivo de garantir a manutenção dos processos ecológicos nas áreas de conexão entre Unidades de Conservação, permitindo a dispersão de espécies, a recolonização de áreas degradadas, o fluxo gênico e a viabilidade de populações que demandam mais do que o território de uma unidades de conservação para sobreviver.
A implementação de um Corredor Ecológico depende da pactuação entre a União, Estados e Municípios para permitir que os órgãos governamentais responsáveis pela preservação do meio ambiente e outras instituições parceiras possam atuar em conjunto para fortalecer a gestão das Unidades de Conservação, elaborar estudos, prestar suporte aos proprietários rurais e aos representantes de comunidades quanto ao planejamento e o melhor uso do solo e dos recursos naturais, auxiliar no processo de averbação e ordenamento das reservas legais – RL, apoiar na recuperação das Áreas de Preservação Permanente – APP, entre outros.
(Agência Pará)