Correio de Carajás

Seleção Brasileira: Precisa-se de operários

Crédito: Hugo Sena/CBF

Quando as coisas não vão bem, é necessário voltar algumas casas. Futebol é assim. Sempre foi. Ora, se o Brasil não tem meias extraordinários, muito menos laterais e nenhum centroavante de vergonha em nível mundial, o que fazer? Ser humildade, reconhecer o momento e fechar a casinha (ponto)

Do que me adianta ter dois volantes de passe excelente, como André B. Guimarães, se, sem a bola, eles marcam com o olho?
Deixar a Colômbia finalizar mais de 20 vezes contra o Brasil é uma demonstração a toda prova de que ninguém “pega” nesse time.

Basta lembrar que o último grande jejum de Copas da Seleção Brasileira foi de 24 anos (entre 1970 e 1994). É exatamente o mesmo ciclo que se completará na próxima Copa (entre 2002 e 2026). E, para vencer, em 1994, o Brasil levou ao Mundial um time que tinha Dunga e Mauro Silva, que faziam o trabalho sujo no meio, com o auxílio imprescindível de Zinho, que também era uma formiguinha no momento defensivo.

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Para citar outro time campeão, não custa observar que, em 2002, o Brasil tinha Gilberto Silva e Edimilson (que às vezes funcionava como terceiro zagueiro), além de Kleberson, que também recompunha muito.

Ou seja, os últimos campeões tiveram seus operários, mas o atual time só tem “engenheiros” e ninguém quer pôr a mão na massa.

Nossa atual seleção quer jogar como jogava a de 1982, sem marcar. Aquela seleção até poderia se dar ao luxo e, mesmo assim, perdeu a Copa.

Se aquela perdeu, quem dirá essa, que, tirando o bichado Ney, não tem ninguém que chegue aos pés de Cerezo, Falcão, Zico e Sócrates.