Representantes da Segurança Pública de Parauapebas se reuniram, na manhã dessa quarta-feira (12), para discutir sobre os casos de ameaças de ataques a escolas que tiveram início na segunda-feira (10) e que estão sendo tratados, até o dado momento, como trotes. A reunião ocorreu no prédio da Secretaria Municipal de Segurança Institucional e Defesa do Cidadão (SEMSI), no Bairro Residencial Parque dos Carajás II.
Estiveram presentes o secretário de Segurança Institucional Denis Assunção, o coronel Gledson – comandante do 14º Comando de Policiamento Regional (CPR 14) –, o tenente-coronel Aquino – comandante do 23º Batalhão de Polícia Militar (23º BPM) –, o subcomandante da Guarda Municipal (GM) Nascimento e, representando a Polícia Civil, o delegado Fernando.
O secretário de Segurança começou falando sobre as ameaças de atentado a bomba na Escola Municipal Domingos Cardoso que, segundo apontam as investigações, não passaram de trotes – ou “fake news”, nas palavras de Denis.
Leia mais:Dando continuidade à fala do secretário, o coronel Gledson destacou que as ameaças não são casos isolados no município e têm sido observadas com atenção pelas forças de segurança, ainda que os atentados não venham a ocorrer.
Tanto a Polícia Militar quanto a GM tem reforçado o policiamento a partir de um levantamento do número de escolas e horários de funcionamento. Tem sido realizadas rondas com os policiais, inclusive, descendo das viaturas e entrado nos locais para que eles possam ser vistos. O objetivo, explica o coronel, é trazer uma sensação de segurança aos docentes e discentes das instituições.
O tenente-coronel Aquino, por sua vez, afirmou que uma reunião deverá ser realizada com todos os diretores de escola em Parauapebas – sejam públicas ou particulares – com o objetivo de passar uma espécie de protocolo quando houver alguma denúncia.
A reunião foi motivada depois das imagens que foram compartilhadas no WhatsApp, onde dois jovens estariam planejando um atentado com explosivos C4. No entanto, explicou Aquino, foi verificado que os adolescentes não teriam condições de portar o explosivo, tento em vista que é de uso extremamente restrito.
Uma vez que as autoridades de segurança tivessem sido procuradas antes do compartilhamento massivo das mensagens, o esclarecimento poderia ter impedido o pânico na população de Parauapebas – e é esse tipo de situação que deverá ser evitada depois da reunião.
APOIO DE OUTRAS ÁREAS
Durante a reunião, os representantes das forças de segurança destacaram que, apesar das medidas que estão sendo tomadas, é necessária a colaboração coletiva de profissionais de outras áreas – ao exemplo de professores, psicólogos ou pedagogos – junto dos pais de alunos, que tem que prestar atenção redobrada aos filhos e, sobretudo, ao que eles consomem na internet e nas redes sociais.
O Conselho Tutelar também terá grande importância, sobretudo porque os autores dos trotes e ameaças são adolescentes e a legislação brasileira traz o entendimento, a partir do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que eles não cometem crimes ou contravenções penais, mas atos infracionais.
Isso não significa dizer, como foi explicado durante a reunião, que esses adolescentes não possam responder pelos seus atos. Os procedimentos, no entanto, são diferentes: é necessário o acompanhamento dos pais durante do o processo, já que se trata de um ser humano ainda em formação, e a internação é medida extrema.
A NÍVEL NACIONAL
O Ministério da Justiça e Segurança Pública do Governo Federal criou um canal exclusivo para o recebimento de informações de ameaças e ataques contra as escolas, que pode ser acessado no link https://www.gov.br/mj/pt-br/escolasegura.
A medida é uma das ações da Operação Escola Segura, que teve início na última quinta-feira (6). É essencial procurar pelos meios oficiais de comunicação antes de compartilhar informações, imagens e vídeos nas redes sociais. (Clein Ferreira)