Correio de Carajás

Segurança perderá R$ 62 milhões

Já faz tempo que o Estado do Pará figura entre os mais violentos do País, nos muitos levantamentos que são feitos pelos diversos órgãos e entidades que atuam nessa área. Diante dessa realidade, o que seria prudente fazer o governante? Aumentar os recursos para a área social e principalmente para a segurança pública. Mas, o atual governo fez justamente o contrário. Na proposta orçamentária para 2018, Simão Jatene sugere uma redução de R$ 62,6 milhões na área de pessoal e encargos sociais. Ou seja, deixa de investir no agente de segurança pública.

De acordo com a proposta do governo do Estado, a Polícia Civil é a que mais sofre, pois tem o orçamento reduzido de R$ 473,1 milhões deste ano de 2017 para R$ $ 426 milhões para 2018, o que representa uma queda de quase 10% dos recursos entre este ano e o próximo.

Para a Polícia Militar, a proposta é uma redução de R$ 5,76 milhões, caindo de R$ 908,3 milhões para R$ 902,5 milhões. Situação semelhante ocorre com o Corpo de Bombeiros, cuja redução no orçamento destinado a pessoal e encargos sociais seria de R$9,4 milhões. Nem mesmo a Casa Militar escapou dos cortes. Pela proposta, o orçamento destinado ao órgão cairia dos atuais R$ 4,9 milhões para R$ 4,6 milhões.

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Os cortes, que preocupam a população do Estado, de maneira geral, deixaram indignados principalmente os agentes de segurança pública. Para Pablo Farah, vice-presidente Sindpol – Sindicato dos Servidores Públicos da Polícia Civil do Pará –, é preocupante a forma como a segurança pública será tratada em 2018.

No entendimento dele, quando o cidadão chegar numa delegacia e não encontrar um delegado, um investigador ou um escrivão, ou num quartel da Polícia Militar ou do Corpo dos Bombeiros, com viaturas caindo aos pedaços, sem combustíveis para atender mais de dez municípios, é preciso ficar claro que a responsabilidade por isso é do governo do Estado.

Perguntado qual a justificativa para essa retirada de recursos, ele foi enfático: “Politicagem barata”. “O governador está retirando dinheiro da segurança pública para colocar em gabinete civil, na vice-governadoria, em pequenas instituições que fazem política… quer dizer, está retirando da onde é essencial pra que os seus apadrinhados políticos nessas secretarias possam fazer política agora para 2018”, denuncia.

Provocada pelo jornal, a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Segurança Pública do Pará disse apenas que, sobre a questão, não há nada oficial, pois a situação orçamentária é discutida no parlamento estadual. (Colaborou Luciana Marschall)

Cidadãos criticam descaso do governo pela falta de investimentos

Com a possível redução nos recursos destinados aos agentes de segurança do Estado, o cidadão que precisa dos serviços certamente será o mais prejudicado. O que já é ruim tende a piorar, caso a proposta orçamentária, de fato, se concretize. Por isso, muita gente está preocupada com o descaso.

Entre os que reclamam está o caminhoneiro Wagner Borges. Ele relata que em um ano de trabalho, viajando pela Transamazônica, na região do Anapu, já foi assaltado 10 vezes. Wagner pensa até em procurar outro emprego porque a insegurança é grande e tende a piorar.

Ele entende que há interesses escusos por trás desse tipo de redução de gastos, pois há outros setores que poderiam sofrer cortes, mas a educação, saúde e a segurança precisam ser priorizados. “Vai diminuir verba que já é pouca”, lamenta.

Igualmente indignado está o representante comercial Rangel Coutinho, morador da Nova Marabá. Na opinião dele, é revoltante ter que engolir essas atitudes absurdas de um governo que só reduz do orçamento daqueles que ganham apenas um mísero salário comparado aos altíssimos salários entre outras regalias de políticos que contribuem muito menos para a sociedade do que um policial militar, bombeiro e civil. “Alguém que arriscar sua vida para garantir a dos outros é quem deveria ter melhor remuneração”, resume.

Por sua vez, o advogado Odilon Vieira classifica como trágica a proposta do governo, pois por excelência é a Polícia Militar a primeira a ter contato com o Direito Penal, e a sua simples presença previne o crime. “Ao enfraquecer a atuação preventiva, teremos mais delitos sendo cometidos, e consequentemente mais inquéritos e ações penais na Justiça, o que trará mais sofrimento ao povo e nos afastará mais ainda do ideal de pacificação social”, opina o advogado.

Já o professor e jornalista Anderson Damasceno se disse mais preocupado com a consequente falta de efetivo para o Corpo de Bombeiros, o que impossibilita por exemplo a implantação de mais uma unidade do órgão para atender aos bairros de São Félix e Morada Nova. “Com um corte desse fica mais distante ainda o sonho de ver aqueles núcleos atendidos de maneira mais otimizada”, lamenta o professor Anderson Damasceno. 

Em números

Cortes

Polícia Civil R$ 47.1126.284 

Polícia Militar R$ 5.762.831 

Bombeiros R$ 9.461.326 

Casa Militar R$ 4.616.848 

 

(Chagas Filho)

Já faz tempo que o Estado do Pará figura entre os mais violentos do País, nos muitos levantamentos que são feitos pelos diversos órgãos e entidades que atuam nessa área. Diante dessa realidade, o que seria prudente fazer o governante? Aumentar os recursos para a área social e principalmente para a segurança pública. Mas, o atual governo fez justamente o contrário. Na proposta orçamentária para 2018, Simão Jatene sugere uma redução de R$ 62,6 milhões na área de pessoal e encargos sociais. Ou seja, deixa de investir no agente de segurança pública.

De acordo com a proposta do governo do Estado, a Polícia Civil é a que mais sofre, pois tem o orçamento reduzido de R$ 473,1 milhões deste ano de 2017 para R$ $ 426 milhões para 2018, o que representa uma queda de quase 10% dos recursos entre este ano e o próximo.

Para a Polícia Militar, a proposta é uma redução de R$ 5,76 milhões, caindo de R$ 908,3 milhões para R$ 902,5 milhões. Situação semelhante ocorre com o Corpo de Bombeiros, cuja redução no orçamento destinado a pessoal e encargos sociais seria de R$9,4 milhões. Nem mesmo a Casa Militar escapou dos cortes. Pela proposta, o orçamento destinado ao órgão cairia dos atuais R$ 4,9 milhões para R$ 4,6 milhões.

Os cortes, que preocupam a população do Estado, de maneira geral, deixaram indignados principalmente os agentes de segurança pública. Para Pablo Farah, vice-presidente Sindpol – Sindicato dos Servidores Públicos da Polícia Civil do Pará –, é preocupante a forma como a segurança pública será tratada em 2018.

No entendimento dele, quando o cidadão chegar numa delegacia e não encontrar um delegado, um investigador ou um escrivão, ou num quartel da Polícia Militar ou do Corpo dos Bombeiros, com viaturas caindo aos pedaços, sem combustíveis para atender mais de dez municípios, é preciso ficar claro que a responsabilidade por isso é do governo do Estado.

Perguntado qual a justificativa para essa retirada de recursos, ele foi enfático: “Politicagem barata”. “O governador está retirando dinheiro da segurança pública para colocar em gabinete civil, na vice-governadoria, em pequenas instituições que fazem política… quer dizer, está retirando da onde é essencial pra que os seus apadrinhados políticos nessas secretarias possam fazer política agora para 2018”, denuncia.

Provocada pelo jornal, a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Segurança Pública do Pará disse apenas que, sobre a questão, não há nada oficial, pois a situação orçamentária é discutida no parlamento estadual. (Colaborou Luciana Marschall)

Cidadãos criticam descaso do governo pela falta de investimentos

Com a possível redução nos recursos destinados aos agentes de segurança do Estado, o cidadão que precisa dos serviços certamente será o mais prejudicado. O que já é ruim tende a piorar, caso a proposta orçamentária, de fato, se concretize. Por isso, muita gente está preocupada com o descaso.

Entre os que reclamam está o caminhoneiro Wagner Borges. Ele relata que em um ano de trabalho, viajando pela Transamazônica, na região do Anapu, já foi assaltado 10 vezes. Wagner pensa até em procurar outro emprego porque a insegurança é grande e tende a piorar.

Ele entende que há interesses escusos por trás desse tipo de redução de gastos, pois há outros setores que poderiam sofrer cortes, mas a educação, saúde e a segurança precisam ser priorizados. “Vai diminuir verba que já é pouca”, lamenta.

Igualmente indignado está o representante comercial Rangel Coutinho, morador da Nova Marabá. Na opinião dele, é revoltante ter que engolir essas atitudes absurdas de um governo que só reduz do orçamento daqueles que ganham apenas um mísero salário comparado aos altíssimos salários entre outras regalias de políticos que contribuem muito menos para a sociedade do que um policial militar, bombeiro e civil. “Alguém que arriscar sua vida para garantir a dos outros é quem deveria ter melhor remuneração”, resume.

Por sua vez, o advogado Odilon Vieira classifica como trágica a proposta do governo, pois por excelência é a Polícia Militar a primeira a ter contato com o Direito Penal, e a sua simples presença previne o crime. “Ao enfraquecer a atuação preventiva, teremos mais delitos sendo cometidos, e consequentemente mais inquéritos e ações penais na Justiça, o que trará mais sofrimento ao povo e nos afastará mais ainda do ideal de pacificação social”, opina o advogado.

Já o professor e jornalista Anderson Damasceno se disse mais preocupado com a consequente falta de efetivo para o Corpo de Bombeiros, o que impossibilita por exemplo a implantação de mais uma unidade do órgão para atender aos bairros de São Félix e Morada Nova. “Com um corte desse fica mais distante ainda o sonho de ver aqueles núcleos atendidos de maneira mais otimizada”, lamenta o professor Anderson Damasceno. 

Em números

Cortes

Polícia Civil R$ 47.1126.284 

Polícia Militar R$ 5.762.831 

Bombeiros R$ 9.461.326 

Casa Militar R$ 4.616.848 

 

(Chagas Filho)