Em uma reunião de suma importância, líderes religiosos e representantes dos órgãos de segurança se reuniram para detalhar as estratégias que serão implementadas durante as romarias que compõem o 43º Círio de Marabá. O encontro, presidido pelo bispo da Diocese de Marabá, Dom Vital Corbellini, com a presença de Vagner Lopes, diretor de segurança da Diretoria do evento, junto às autoridades locais, trouxe à tona estratégias de proteção ao público, mas parece pecar em uma problemática: a soltura de fogos de artifício em alguns pontos do cortejo.
Estiveram presentes na manhã desta terça-feira (12), durante a reunião no palco da Igreja Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, localizada na Folha 16, representantes da Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, agentes do Departamento Municipal de Trânsito e Transporte Urbano, Corpo de Bombeiros e Bombeiros Militares.
Dom Vital, em seu discurso inicial, destacou a importância de unir esforços entre a igreja e os órgãos de segurança para garantir uma romaria segura e bem-sucedida. Suas palavras ressoam com sabedoria, pois a segurança é fundamental para que os romeiros possam participar das celebrações religiosas com tranquilidade. No entanto, há uma contradição evidente nessa busca pela segurança quando se trata da persistente tradição de soltar fogos de artifício.
Leia mais:Essa prática durante eventos religiosos enfrenta agora uma barreira legal imposta pelo Estado desde maio de 2022. A lei sancionada há mais de um ano proíbe a soltura de fogos de artifício em áreas urbanas, visando exatamente à segurança e o bem-estar de todos. No entanto, a tradição parece resistir a essa imposição legal. Prova disso é que os órgãos de segurança apenas pediram cuidado com relação a fiações e a potência de tais fogos, como citou o diretor Vagner, na ocasião.
É importante notar que a proibição da soltura de fogos de artifício em áreas urbanas não foi imposta sem motivo, já que a soltura de fogos apresenta riscos óbvios de incêndios, lesões e perturbação da paz pública. Crianças, autistas, idosos, pessoas acamadas, além de animais, são os principais prejudicados com tal poluição sonora
Procurado pela reportagem deste CORREIO, o tenente-coronel Galúcio, comandante local do Corpo de Bombeiros, se limitou a dizer que uma nota sobre o assunto será emitida na quarta-feira (13), mas “só serão permitidas queimas autorizadas oficialmente”.
A advertência de Vagner Lopes sobre a necessidade de conhecimento sobre os equipamentos de segurança necessários é válida, mas a soltura de fogos de artifício deve ser desencorajada de maneira mais eficaz pelo Corpo de Bombeiros. A lei deve ser respeitada, e a igreja tem um papel crucial a desempenhar na promoção da segurança e na proteção de sua comunidade.
Em última análise, é hora de uma séria reflexão por parte das autoridades responsáveis pela segurança do evento. A tradição da soltura de fogos de artifício pode ser bonita, mas não deve custar a segurança e o bem-estar daqueles que desejam participar das celebrações religiosas. (Thays Araujo)