Correio de Carajás

Segundo Sintepp: Prefeito foca em eleição do filho e esquece servidores

Prefeito Tião admitiu aos sindicalistas que está com o foco na eleição do filho e vem protelando decisões

Com prefeito em silêncio, educadores protestaram ontem por seus direitos

Em longa entrevista à Correio 92,1 FM na tarde desta sexta-feira (23), Joyce Rebelo, coordenadora da subsede do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintepp) disse que a Prefeitura de Marabá quase não avançou na solução dos problemas que ensejaram a greve de maio e junho deste ano. Mais ainda, relatou ter ouvido diretamente do prefeito que ele só teria cabeça para tratar dos 13 itens da pauta dos trabalhadores depois das Eleições de 2022, pois está focado na eleição do filho a deputado estadual. Ontem a categoria promoveu nova paralisação e protesto, ao perceber que o mês de setembro, marcado pelo próprio governo para resolver os problemas, estava sendo esquecido.

“Ele (Tião Miranda) administra a cidade muito de forma pessoal. Ele próprio colocou para mim que não está bem, que está em meio a campanha eleitoral, com muita pressão, quando uma coisa não tem nada a ver com a outra. Os problemas do nosso recurso nada tem a ver com campanha eleitoral. Ele como gestor tem de saber administrar os problemas da saúde, da violência, da segurança, o processo eleitoral lá que envolve o filho dele. Isso não pode ser uma válvula de escape pra dizer que não vai receber o sindicato”, queixa-se a sindicalista.

PROTESTO

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Os servidores da Educação de Marabá promoveram paralisação e ato público nesta sexta-feira em frente à Secretaria de Obras, onde o prefeito Tião Miranda despacha diariamente. Os trabalhadores estavam mais uma vez revoltados por promessas não cumpridas pelo governo quando do fim da greve, em junho. Soluções que deviam ter saído agora em setembro, estão sendo adiadas para depois das eleições, em outubro, e os sindicalistas não aceitam. Entendem estar sendo enrolados.

Tal qual fizeram durante a greve geral deste ano, os professores estão portando faixas e cartazes com cobranças diretas ao prefeito Tião Miranda e mostram-se revoltados com o “jogo de empurra” dentro do governo.

Segundo Joyce Rebelo, o governo tem se negado a negociar, afirmando que só o fará após as eleições municipais. “Só agora depois de ver a nossa paralisação aqui, é que a Semed prometeu negociação para quarta-feira”, disse ao CORREIO.

Segundo a sindicalista, são 13 pontos em aberto na pauta e para os quais os educadores esperam respostas imediatas, entre eles: os 23,24% do piso salarial, hora-atividade, redução da jornada da escala 12×36, melhoria de estrutura de escolas da zona rural e pagamento de retroativos e enquadramentos de especialização e correção do nível superior pago de forma errada em março.

“O governo Tião Miranda até a presente data não marcou reunião com a entidade sindical e nossa categoria exige o cumprimento do acordo com a retomada das negociações. Por isso, pais, mães e responsáveis nos comprometemos sobre o que foi acordado, no entanto o prefeito Tião Miranda também precisa cumprir a parte dele. Sigamos lutando!”, dizia o material que anunciava a paralização para ontem.

ACEITOU CONVERSAR

Ainda na manhã de ontem, Joyce Rebelo recebeu telefonema do prefeito tentando marcar a mesa de negociação para a quarta-feira (5) pós-eleições e a categoria novamente rechaçou tal possibilidade. Diante disso, Tião finalmente aceitou sentar com os sindicalistas dentro do mês de setembro, no dia 28. (Da Redação)