O veterano da Marinha Lawrence Faucette, de 58 anos de idade, se tornou o segundo paciente da história a receber um transplante de coração de um porco. O anúncio foi feito por médicos da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, nessa sexta-feira (22), dois dias após a cirurgia.
De acordo com a universidade, Faucette tinha problemas para além de insuficiência cardíaca, que o tornavam inelegível para um transplante de coração humano. “Ninguém sabe deste ponto em diante. Pelo menos, agora tenho esperança e uma chance”, declarou o militar, em vídeo gravado pelo hospital onde foi submetido ao procedimento. “Vou lutar com unhas e dentes por cada respiração que puder ter”, disse.
A equipe clínica está entusiasmada com a resposta inicial do paciente ao órgão — que foi geneticamente modificado para se adaptar ao corpo humano. “Temos esperança de que ele volte para casa em breve, para aproveitar mais tempo com sua esposa e o resto de sua amorosa família”, afirmou o médico Bartley Griffith.
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Em janeiro do ano passado, a mesma equipe de médicos fez o primeiro transplante do mundo de um coração de porco geneticamente modificado. David Bennett, que recebeu o órgão, sobreviveu por dois meses.
Os cientistas acreditam que Bennett pode ter morrido por razões ainda não totalmente compreendidas. Contudo, para esta segunda tentativa, eles precisaram de uma permissão especial do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (FDA) e alegaram que aprenderam o suficiente para testar outra vez.
Faucette teve de concordar que entendia os riscos do procedimento. “Não temos outras expectativas além de esperar mais tempo juntos”, desabafou a esposa do militar, Ann Faucette.
MODIFICAÇÕES GENÉTICAS
Para serem transplantados para corpos humanos, os corações de porcos precisam ser modificados geneticamente. Cerca de dez alterações são feitas nos órgãos, como a inserção e a retirada de genes específicos.
“É uma sensação incrível ver o coração deste porco funcionar em um ser humano”, celebrou o Dr. Muhammad Mohiuddin, especialista em xenotransplante da equipe de Maryland.
(Diário do Nordeste)