Correio de Carajás

Seguidores do prefeito Toni o criticam por não pagar piso dos professores

Gestor municipal recebe enxurrada de críticas nas redes sociais após falta de negociação com professores

Vários servidores foram nesta terça-feira à Câmara Municipal e clamaram pelo pagamento do piso salarial/Foto: Adriano Moura/CMM

Após se reunir com representantes do SINTEPP (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará – Subsede Marabá), o prefeito Toni Cunha, como de costume, usou a rede social para gravar um vídeo afirmando que é inaceitável a greve de professores que iniciou nesta terça-feira (29). Ele explica que pediu cinco dias para apresentar um índice de reajuste e que também irá conversar com as outras categorias que precisam de aumento. O prefeito anunciou que vai mandar colocar falta e descontar do salário de cada um os dias de greve e que iria ingressar na Justiça com um pedido de ilegalidade da greve. “Não negociaremos enquanto não houver a decisão judicial”, disse.

Pois bastou o vídeo ser publicado que uma onda de mais de 700 comentários invadiu a página do prefeito de Marabá. A grande maioria das mensagens, inclusive de quem acreditou e votou no atual prefeito, expressa crítica e indignação diante da falta de diálogo e das declarações de Toni, que foram interpretadas por muitos como ameaças ao funcionalismo público.

Maylane Verbeno questionou diretamente o prefeito: “@delegadotonicunha agora só trabalha com ameaças?!”.

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A crítica ecoa o sentimento de outros seguidores, como Cintia Larissa Carvalho, que se identificou como eleitora de Cunha e manifestou sua decepção com a proposta salarial apresentada. “100 reais de ajuste no vale. 3.5 de ajuste esse ano e mais 3.5% ano que vem. Essa foi a pior das piores. Lamentável. Esperávamos mais ou o mínimo seria cumprir o que o senhor prometeu”, escreveu Cintia.

Adriano Noronha também mostrou seu descontentamento: “Meu prefeito que vergonha é essa? Que aumento imoral é esse? Agora ameaça os servidores porque não tem argumentos decentes para tratar com respeito o servidor público!”.

Nalda Almeida também expressou sua frustração com a mudança de postura do prefeito após a eleição: “O discurso mudou depois de eleito! É uma pena! Pois, muitos depositaram uma esperança nesse governo, mas, o que estamos vendo é, que a atual gestão está protelando…”.

Em sua resposta a uma das seguidoras, Toni Cunha reafirmou que o piso salarial dos professores não é passível de discussão, mas que seu pagamento depende da construção de condições financeiras, o que, segundo ele, não seria possível em apenas quatro meses de mandato. O prefeito classificou como “deplorável” o uso de sua fala fora de contexto com fins políticos para influenciar a categoria. Ele também declarou que não apresentará novas propostas antes de ouvir as demandas de outros servidores, especialmente os da base da saúde pública, e que não negociará com nenhuma categoria em greve até uma decisão judicial sobre a legalidade do movimento.

A resposta do prefeito não foi suficiente, e as críticas continuaram. Telma Granhen rebateu a justificativa financeira, afirmando: “Nós sabemos que dinheiro da saúde é separado do dinheiro da educação. Por favor, pare de nos tratar como tolos. O Sr. não tem como provar que o município não pode pagar o piso nacional dos professores, por isso não pede complementação ao governo federal”.

A decepção com a atual gestão foi resumida por Olivia Jessyca: “No seu caso @delegadotonicunha sentiria vergonha pois se elegeu em cima dessa promessa de que piso se paga, e logo nos 4 primeiros meses de governo a classe já decreta Greve. Sou apenas mais uma que também acreditou nessa conversa fiada. Marabá queria mudança, mas era mudança pra melhor. Um Sonho que virou pesadelo.”

A intensa repercussão nas redes sociais demonstra o alto grau de insatisfação da população de Marabá com a postura do atual gestor, em especial da classe dos servidores públicos, como os professores.

Pelo visto, as promessas do período eleitoral e a capacidade de estabelecer um diálogo construtivo com os funcionários públicos ficaram na campanha mesmo.