O ator e cineasta Sean Penn, duas vezes vencedor do Oscar e reconhecido por seu ativismo em causas sociais e ambientais, será produtor executivo de “Manas”, primeiro longa de ficção da diretora brasileira Marianna Brennand.
O filme, rodado na Amazônia, já soma 26 prêmios em festivais internacionais e está cotado para representar o Brasil no Oscar de 2026.
Penn conheceu Mariana Brennand no Festival de Cannes, em 2024, quando a diretora recebeu o Women in Motion Emerging Talent Award, ao lado de Nicole Kidman. Após o discurso da brasileira sobre dar voz a mulheres e crianças silenciadas, o ator pediu para conhecê-la.
Leia mais:Dias depois, assistiu a “Manas” e disse ter ficado “profundamente tocado” pela narrativa.
“Depois de assistir ao filme, senti como se precisasse vestir novamente a minha própria pele”, declarou.
Enredo e elenco
O longa conta a história de Marcielle (Jamilli Correa), jovem de 13 anos que vive na Ilha do Marajó (PA) e decide enfrentar a engrenagem de violência que rege sua família e outras mulheres ao redor.
O elenco inclui Dira Paes, Fátima Macedo e Rômulo Braga, além de atores locais selecionados em testes com crianças da região. A inspiração veio de casos reais de exploração sexual infantil em balsas do rio Tajapuru, na Amazônia.
Reconhecimento internacional
“Manas” estreou no Festival de Veneza 2024, onde conquistou o Directors Award, principal prêmio da mostra Giornate degli Autori. Desde então, acumulou troféus em Cuba, França, Espanha, Alemanha e nos Estados Unidos. A protagonista Jamilli Correa, estreante, recebeu prêmios de revelação em diferentes festivais.
A diretora ressalta que a ficção foi o caminho encontrado para retratar um tema tão delicado.
“Colocar mulheres e crianças diante da câmera para reviver violências seria mais uma agressão. A ficção permitiu dar corpo a essa experiência de maneira sensível e transformadora”, afirmou.
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Distribuição nos EUA e campanha para o Oscar
Além da entrada de Sean Penn, o filme acaba de fechar acordo de distribuição com a KimStim, empresa de cinema independente que planeja lançar o longa em cerca de 20 cidades norte-americanas ainda em 2025. “É o tipo de cinema artisticamente ousado, emocionalmente sofisticado e socialmente urgente”, disse Ian Stimler, copresidente da distribuidora.