Correio de Carajás

Sead oficializa suspensão do concurso da Susipe

Secretaria de Estado de Administração (Sead) publicou no Diário Oficial desta segunda-feira (29), o edital com a suspensão do concurso C199 para provimento de cargo de agente prisional da Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe).

Segundo a publicação, o concurso público foi suspenso “até ulterior deliberação”, após levar em consideração “os fatos ocorridos durante a realização da etapa do Teste de Aptidão Física (TAF)”. O edital nº 001/2017 entra em vigor na data de sua publicação, 26 de outubro de 2018.

TAF marcado por morte de candidato e irregularidades

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O candidato Ismael Lauane Sousa morreu após o Teste de Aptidão Física (TAF), realizado no dia 21 de outubro, no município de Castanhal, no nordeste paraense. A família, no entanto, procurou o DOL para denunciar a negligência na prestação de socorro à vítima.

Segundo o irmão do candidato, Israel Sousa, a família só teve conhecimento do ocorrido por outros candidatos.

“A banca em nenhum momento entrou em contato conosco. A gente só soube do que havia ocorrido por terceiros, quase 17h da tarde. Só havia uma ambulância de UTI e não foi só o meu irmão que passou mal. Além das irregularidades na realização do exame reclamadas por outros candidatos, teve essa conduta. Não sabemos se de fato o meu irmão recebeu o socorro necessário”, ressalta Israel.

Segundo Israel, o sonho do irmão foi interrompido por negligência da organizadora do concurso, a AOCP Concursos Públicos.

“A banca em nenhum momento se responsabilizou pela vida do meu irmão, não deu um suporte adequado, não entrou em contato com a família dele. A Sead nos procurou no dia do enterro para saber o que havia ocorrido e que iria tomar algumas providência administrativas. Foi uma perda inesperada, os exames dele estavam todos normais. Foram tantas irregularidades já denunciadas na realização desse Teste de Aptidão Física. Existe um culpado que tem que ser responsabilizado”.

Candidatos pedem cancelamento do TAF

Antes da morte de Ismael Sousa, candidatos já haviam denunciado outras irregularidades da aplicabilidade do TAF, realizado no Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar (CIABA), localizado na rodovia Arthur Bernardes, em Belém.

Revoltados com a banca organizadora do certame, a AOCP Concursos Públicos, em relação aos erros que lhes valeram a vaga, candidatos recorreram ao Ministério Público e à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PA) para pedirem nulidade do Teste de Aptidão Física.

Além do local impróprio para a realização do salto horizontal, candidatos denunciaram a utilização de um pó branco foi jogado na pista, deixando o piso escorregadio e perigoso para acidentes e ainda, atraso para o início das provas, que ficaram sem beber água ou se alimentar por muitas horas.

(DOL)