Uma carta escrita pelo pequeno Guilherme, de 9 anos, comoveu sua família de Belo Horizonte, Minas Gerais. Nela, o menino perguntou se a família gostaria mais dele se ele fosse branco. A história foi compartilhada pelo pai, Gustavo Bregunci, nas redes sociais neste sábado, 29.
O pai do menino contou ao portal G1 que sempre conversou sobre racismo estrutural. “Desde que as aulas presenciais voltaram, ano passado, ele já vinha levantando essa questão de cor da pele, que era o único com pele escura, era ‘diferente’. Na nossa casa todo mundo é ‘diferente’, os meus caçulas são crianças especiais”, falou.
Na última semana, ao entrar no quarto do filho, Gustavo viu uma cartinha da criança perto do travesseiro. “Papai, eu tenho prazer de ser seu filho!”, escreveu o garoto. “Eu espero que você guarde essa cartinha com amor e carinho… Vou te fazer uma pergunta: se eu fosse branco, você e toda a minha família iam gostar mais de mim?”, questionou.
Leia mais:O empresário contou que, quando leu a carta, teve “uma sensação de me sentir impotente por não preencher todas essas lacunas que ele tem”. Ele chegou a ir no quarto do filho para conversar, mas o menino já estava dormindo.
No outro dia, o pai deixou um bilhete com a mãe para entregar ao filho: “Ser seu pai é motivo de orgulho para mim![…] O papai te ama muito porque você é exatamente do jeito que é! Amo seu cabelo, amo seus olhos, amo seu nariz, amo sua boca, amo seu corpo, amo sua cor! Amo tudo em você”, escreveu o pai
Na postagem feita no Instagram, o pai contou o ocorrido. “Me culpei por não conseguir mostrar a ele que nosso amor nos basta, por não protegê-lo, por não deixar uma criança de 9 anos forte o suficiente pra encarar o racismo. O racismo machuca a alma. Reduz o indivíduo. É covarde e cruel”, comentou o pai.
(Fonte: O POVO)