Não tinha tapete vermelho, não foi oferecida uma salva de tiros de canhão. Mas havia a presença dos amigos de trabalho onde, por 30 anos, o sargento Gilson Dias Bezerra atuou com destaque na briosa Polícia Militar do Pará.
Na manhã desta quinta-feira (4) seu último dia de serviço na tropa, ele ganhou uma homenagem surpresa de outros colegas da 1ª Companhia Independente de Missões Especiais (CIME) da Polícia Militar. Os militares saíram em cortejo da sede da CIME até a residência do sargento Bezerra.
No cortejo, havia quatro motocicletas e três viaturas da PM, que percorreram a Rodovia Transamazônica, a Avenida Tocantins, e a Avenida 2.000 até chegar à residência, no Belo Horizonte, onde também estava sua família. Lá, a tropa cantou o Hino do Grupo Tático I e entregue um quadro em homenagem ao trabalho realizado pelo sargento Bezerra ao longo de três décadas, com o breve texto: “Servir e proteger! Tático I!”.
Leia mais:Ao agradecer a homenagem, Bezerra, que também é pastor evangélico, citou o versículo 12 do Salmo 116: “Que darei eu ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito?”, e logo em seguida o respondeu dizendo que sua jornada agora será de ganhar almas para o reino dos céus. “Trinta anos é uma história de vida, de tristeza, de alegria, de dor, sofrimento, mas em agradecimento a Deus eu venci o bom combate e guardei a carreira e a fé”, completou.
O sargento diz que agora trabalhará de uma forma diferenciada dos seus amigos, em oração. “Não vou estar mais com eles no combate aproximado, mas estarei em oração por cada um. Por suas famílias, pelos livramentos que Deus tem dado a minha vida durante esses 30 anos de trabalho, pois nesse longo tempo estamos nas ruas trabalhando em prol da sociedade”, disse Bezerra.
Ao ser perguntado sobre o trabalho como PM, ele observou que deve ser sempre levado em consideração a empatia. “Se nos colocamos no lugar do cidadão, não vamos querer aquilo que pode acontecer a ele para nós. Então, praticando esses valores da empatia, o agente da PM vai ter mais amor e compaixão para trabalhar com o próximo e assim fazer um bom trabalho”, justifica.
Ele encerrou os agradecimentos dizendo que pode até estar saindo da 1ª CIME, porém, não deixará de ser policial. “Sempre vou ser um policial, só não vou estar mais usando a farda e trabalhando, mas minha essência sempre será de um PM”, finalizou.
O major Cleiderson Torres da Costa, comandante da 1ª CIME, estava à frente da homenagem e diz que é motivo de orgulho e satisfação ter trabalhado ao lado do sargento Bezerra. “É um profissional que dispensa comentários. Um exemplo até pra mim como comandante. Ele tem ensinado muito com sua postura e com seu profissionalismo”, felicitou major Torres. (Zeus Bandeira e Josseli Carvalho)