Correio de Carajás

Sara, acusada de matar colega, já foi encaminhada para o sistema penal

A prisão em flagrante de Sara foi convertida para preventiva, com a justificativa de que ela não possui condição de voltar ao convívio social nesta fase do procedimento sem acarretar abalo à ordem pública

Em um desfecho trágico e chocante, uma discussão fútil entre duas colegas de trabalho culminou em um homicídio qualificado, como noticiado pela reportagem deste Correio de Carajás neste domingo (7). O crime deixou Marabá atônita diante do acontecimento. Segundo informações apuradas, a vítima, identificada como Ana Beatriz Machado, de 23 anos, e a autora, Sara Nunes Ferreira, de 21 anos, já possuíam uma animosidade prévia, agravada por acontecimentos em ambiente profissional e de redes sociais.

A reportagem conversou com o superintendente de Polícia Civil, delegado Vinícius Cardoso, que informou que ambas trabalhavam na mesma empresa e a situação tomou um rumo fatal quando a autora passou de carro pelo bar onde a vítima estava com amigos de trabalho no dia do crime. Ali, ela teria fotografado Ana Beatriz com o intuito de provocá-la.

A situação entre as duas havia escalado após vítima seguir o namorado da autora do crime nas redes sociais, desencadeando uma discussão no direct do Instagram. A troca de mensagens, aparentemente, motivou o crime que se desenrolou minutos depois. A acusada foi até o local onde a vítima estava e, de maneira abrupta, desferiu vários golpes de faca contra Ana Beatriz.

Leia mais:
Na conversa, Ana Beatriz diz que Sara poderia ir atrás dela

A vítima, mesmo sendo socorrida, não resistiu aos ferimentos e morreu em uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Sara, por sua vez, permaneceu nas proximidades aguardando a chegada da Polícia Militar e foi detida em flagrante, sendo autuada por homicídio qualificado.

Segundo o delegado, o desdobramento legal do caso já iniciou, com o flagrante convertido em prisão preventiva pelo Judiciário local. A acusada foi encaminhada ao sistema penal e agora a Polícia Civil assume a responsabilidade de conduzir as investigações. O prazo estabelecido para a conclusão do inquérito é de 10 dias.

No documento expedido pelo Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), a juíza de plantão justificou: “De outra forma, não existe possibilidade de aplicação de medida cautelar típica ou atípica diversa da prisão, pois se fosse imposta, seria inadequada e insuficiente, já que a consequência imediata seria a soltura da indiciada e esta não possui condição de voltar ao convívio social nesta fase do procedimento sem acarretar abalo à ordem pública”.

Durante esse período, a polícia ouvirá outras pessoas relacionadas ao caso, incluindo testemunhas oculares que estavam presentes no estabelecimento comercial onde ocorreu o crime. A busca por mais evidências e a compreensão detalhada da dinâmica entre a vítima e a autora são fundamentais para uma investigação justa e precisa, explica o delegado.

Vinícius destaca que o triste desfecho desta história alerta para a fragilidade das relações interpessoais e ressalta a importância de se evitar conflitos, especialmente quando envolvem desavenças pessoais e situações emocionalmente carregadas. (Thays Araujo)