Correio de Carajás

São Félix: Posto de saúde assaltado e moradores inseguros

Posto de saúde assaltado e moradores inseguros

Somente na última semana pelo menos três assaltos ocorreram no bairro São Félix. Estabelecimentos comerciais e por último até a Unidade Básica de Saúde Amadeu Vivacqua virou alvo dos criminosos. O assalto em plena luz do dia revela o tamanho da insegurança que cerca os moradores do núcleo habitacional.

Era por volta de 13h20 da última quinta-feira (14) quando uma dupla de assaltantes invadiu as instalações provisórias do posto de saúde, localizada no Bairro São Félix 2. Segundo a técnica de enfermagem Silvia Leal, que estava na mesa de triagem no momento da ação criminosa, ninguém se sente seguro por ali.

“Um foi na frente e outro atrás e eu vi um revólver pequeno. Eles começaram a pedir o celular do povo. Tem que ter mais policiamento porque entrou aí, fechou essa porta e a gente fica sem proteção nenhuma”, afirmou.

Leia mais:

De acordo com o gerente do posto de saúde, Erson Junior de Lima Carvalho, os criminosos renderam os funcionários e pacientes que estavam na recepção e roubaram em torno de 10 celulares. “Eles deram uma volta na rua pra observar o movimento do posto. Depois do assalto a gente chamou a polícia, que chegou logo em seguida”, disse.

Os militares lotados no Posto Policial Destacado (PPD) de São Félix encaminharam as vítimas para registrarem ocorrência na delegacia e, assim, com as informações repassadas nos depoimentos será possível identificar os assaltantes.

Benedito de Sousa diz que o maior medo é na hora do almoço

Segundo o proprietário de um açougue, Benedito de Sousa, o policiamento no bairro não é suficiente, principalmente durante o dia. “Teve aqui na loja do lado esses dias, anteontem foi ali em frente, agora já foi no posto de saúde e aqui é frequente, sempre tem. O horário de almoço é quando mais a gente tem medo”, relatou.

Outro morador da área, José Lima Gomes confirmou que a segurança no bairro não é suficiente. “Esta semana foi assaltada a loja aqui e a gente ficou muito assombrado com esse tipo de coisa. Então, a gente precisa de mais policiamento”, pediu.

Já a gerente de uma loja de móveis, Lidiane Lobato, contou à reportagem que na última quarta-feira (13) o estabelecimento também foi assaltado em plena luz do dia. “O assaltante chegou próximo ao caixa, onde estavam alguns clientes e funcionários, e mostrou uma arma, falou que não era brincadeira, que era pra passar o dinheiro. Mandou todo mundo deitar no chão e me levou lá pra trás e me ameaçou de quebrar minha mão se eu não desse celulares, mas aqui na loja a gente não vende celular”, relatou, ressaltando que a dupla entrou no estabelecimento se passando por clientes antes de anunciarem o assalto.

Lidiane Lobato diz que assaltante ameaçou quebrar a mão dela

Outro comerciante, Raimundo da Silva Sousa afirmou à reportagem que também se sente inseguro com essa onda de assaltos no bairro. “A gente já foi assaltado aqui há uns cinco meses no horário de almoço, que foi o mesmo horário que aconteceu o assalto no postinho. Aqui o efetivo da PM é pouco, a gente acredita nos órgãos de segurança, mas infelizmente a quantidade de policiais para esses 80 mil moradores é pouco. A gente espera que o governo (do Estado) entregue a unidade integrada pra melhorar a segurança pra nós”, disse.

Raimundo da Silva Sousa: “A gente já foi assaltado aqui”

A reportagem do Correio de Carajás entrou em contato por telefone com o comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar, em Marabá, que respondeu estar acompanhando os dados estatísticos . ” O núcleo está tendo atenção redobrada com a inclusão de mais uma viatura 24 horas e nos horários com maior índice com apoio de motos do grupo águia. Tenho reunido com a comunidade e a resposta está positiva com a redução dos roubos. Quanto ao efetivo, já estamos nos preparando para inclusão de novos policiais militares e o núcleo de São Felix é a prioridade número um no aumento do efetivo”, disse o comandante.

(Fabiane Barbosa e Josseli Carvalho)