Reivindicar as principais carências relacionadas a políticas voltadas para mulheres no município de Marabá é o objetivo da marcha que ocorre na manhã desta sexta-feira, 8 de Março, quando é lembrado o Dia da Mulher, conforme o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim). O tema deste ano é “Rompendo o Ciclo da Violência Contra a Mulher”, o que não se refere apenas à violência doméstica, como pode parecer em um primeiro olhar desatento.
Conforme a presidente do Comdim, a ideia do ato, que tem início às 7 horas na praça do Bairro São Félix Pioneiro, é levantar questionamentos e discussões sobre a importância da data. “É um dia de luta, da gente celebrar as conquistas, claro, mas de não podermos esquecer que ainda temos uma pauta muito grande de lutas a serem enfrentadas para ter trabalho, equidade salarial, mesmas condições de vida, dizer não à violência que vivemos, que é muito grande”, afirma.
Destaca, por exemplo, bandeira levantada há tempos pela entidade e ainda não atendida: o funcionamento 24 horas da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) e atendimento humanizado junto ao Instituto Médico Legal (IML). “Queremos que a Delegacia da Mulher funcione em regime integral, com plantões. Queremos um IML humanizado para atender essa mulher quando ela chega em situação de violência. Tivemos Propaz implantado ano passado, mas não está dentro dos padrões que aquilo que o Comdim, a Coordenadoria (Especial de Políticas Públicas para as Mulheres do Município) e os movimentos de mulheres solicitaram, reivindicaram. Então precisamos continuar perseguindo os objetivos de dar condições de vida digna às mulheres de Marabá”, destaca.
Leia mais:Claudia Cilene, representante do Centro de Integração Social do Bairro Liberdade, diz que a entidade levará as mulheres daquela região e da Marabá Pioneira para o outro lado da ponte rodoferroviária do Rio Tocantins para participação da marcha. “Além de reivindicar os direitos, vamos fazer um almoço através do Comdim e as instituições envolvidas para que, após essa longa caminhada, tenha um almoço especial para elas”, diz.
Ela ressalta a importância de a marcha ser realizada fora do centro da cidade neste ano. “Lá (Complexo São Félix e Morada Nova) não tem creche integral para que possam trabalhar e é uma reivindicação que elas irão fazer para que possam trabalhar com a tranquilidade de saber que os filhos estarão bem cuidados. Para nós, as coisas já são difíceis, mas para o lado de lá (da ponte), ainda tem muito mais coisa que precisa avançar”.
Monalisa Miranda, representando do Hosana Lopes de Abreu, também destaca que é a primeira vez que aquele setor é priorizado para a caminhada nesta data. “Nós conclamamos que todas aquelas mulheres dos residenciais e bairros venham para a caminhada porque é um momento único para elas estarem realizando suas reivindicações e dizendo o que aquela comunidade precisa. Temos trabalhado muito a questão da violência, graças a Deus temos batido muito nesta tecla e tivemos grandes avanços, como a criação da rede que favoreceu às mulheres”, observou.
Rosalina Pereira Izoton, da Associação de Mulheres Arco-Íris da Justiça, fala sobre a necessidade de se melhorar também o atendimento da saúde para a mulher. “É um dia de luta das mulheres, de buscar – de fato e de verdade – nossos direitos. Nós atuamos nesta área e analisamos que em Marabá ainda há problemas, como a saúde da mulher que ainda é precária, a questão da segurança pública para mulheres, nossa Deam que não tem plantão aos finais de semana, feriados e à noite, momentos em que as mulheres mais são vitimadas pelos companheiros”, cita.
Por fim, ressalta que as entidades levarão seus e, antes de iniciada a marcha, haverá uma aula de zumba para aquecimento, além de uma oração e benção realizada pelo bispo Dom Vital Corbellini. (Luciana Marschall)