Para a criançada, casas, praias e clubes se tornam grandes palcos de aventuras. Porém, se esses locais não forem bem supervisionados, as brincadeiras podem terminar em sustos ou situações mais graves. Dados do Corpo de Bombeiros do Pará mostram que, no período de recesso escolar, as ocorrências envolvendo crianças aumentam — especialmente quedas, queimaduras, choques elétricos e afogamentos. Profissionais de saúde, pais e bombeiros listam cuidados essenciais que cabem em qualquer rotina familiar.
“Crianças não podem ficar sozinhas de forma nenhuma e, muito menos, responsáveis por outras crianças”, alerta Maria Luiza Freitas, mãe de Marina (5) e Theo (3). Ela adaptou toda a casa instalando protetores em quinas, travas em armários e tampas em tomadas. “Mesmo com todas as barreiras, a vigilância precisa ser constante.”
A psicóloga Larissa Gomes concorda. Ela viveu recentemente o susto de ver o filho Felippo engasgar com a tampa de um controle remoto. “Fiz a manobra de desengasgo na hora. Depois disso, suspendi armários, instalei portões nas escadas e coloquei protetores em todas as tomadas ao alcance deles”, conta.
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‘40% dos acidentes ocorrem na cozinha’, apontam Bombeiros
De acordo com as orientações do Corpo de Bombeiros, para evitar acidentes domésticos com crianças é preciso ter atenção para armários trancados, pisos secos e guardar remédios em lugar seguro. Dados dos Bombeiros indicam que 40% dos acidentes ocorrem na cozinha, por isso é preciso orientar os filhos para que não se aproximem do fogão. Além disso, é preciso guardar produtos de limpeza e utensílios cortantes em lugares altos e de preferência trancados.
Para evitar quedas, não colocar tapetes próximos a escadas, mantenha pisos secos e instale grades ou redes em janelas e sacadas. Para não a criança não receber descarga elétrica tem que usar tampas de tomadas e esconder fios soltos; eletrodomésticos quentes (ferros, chapinhas), desconectar e manter fora do alcance até esfriar.
Para o major Israel Souza, do Corpo de Bombeiros, cada brincadeira exige um protocolo diferente. Para brincar com pipa “sempre com um adulto por perto, longe de fiação elétrica e nunca com cerol”, diz.
Brincadeira na água exigem a vigilância de um adulto
Banho em piscina, igarapés, lagos, rios ou praias a regra é adulto presente e olhar atento. “Prefira locais com guarda-vidas”, orienta o major Souza.
Confira as dicas do Corpo de Bombeiros do Pará:
Queimaduras: resfrie a área em água corrente, se surgirem bolhas ou a pele ficar em carne viva, procure atendimento médico e não use pomadas caseiras como pasta de dente ou manteiga.
Engasgamento: aplique a manobra de desengasgo (Heimlich) e leve imediatamente a uma unidade de saúde se o objeto não for expelido.
Afogamento: mantenha a calma e chame guarda-vidas; se não houver, tente o resgate apenas se estiver seguro para fazê-lo. Ligue 193 em qualquer emergência.
Educação que salva: Ensinar a criança a reconhecer riscos é parte do processo. Explique, de forma lúdica, por que não se coloca objetos na tomada ou na boca, por que não se mexe no fogão e por que não se entra na água sem um adulto. “Orientação contínua é tão importante quanto a barreira física”, reforça o major.
Serviço
Emergências: Corpo de Bombeiros – 193
Informações de prevenção: www.bombeiros.pa.gov.br
Cursos de primeiros socorros: procure a unidade do Corpo de Bombeiros mais próxima
Seguindo essas recomendações simples, as férias podem ser sinônimo apenas de momentos inesquecíveis — e livres de acidentes.
(Agência Pará)