Pessoas hipocondríacas tendem a morrer mais cedo do que as que não têm a preocupação excessiva em relação à saúde. A hipocondria, também conhecida como transtorno de ansiedade relacionada à saúde, é acompanhada por hipervigilância e uma interpretação catastrófica dos sinais corporais. Essa condição pode fazer com que a pessoa evite consultas médicas ou desenvolva doenças associadas aos altos níveis de ansiedade e depressão.
Segundo um estudo realizado na Suécia, que analisou 4.129 pessoas diagnosticados com hipocondria e 41.290 indivíduos sem a condição, mas demograficamente semelhantes, hipocondríacos têm o risco 84% maior de mortalidade em comparação com indivíduos da população em geral.
“Os indivíduos com hipocondria apresentaram risco aumentado de morte devido a causas naturais e não naturais em comparação com indivíduos sem hipocondria. Entre as causas naturais de morte, as mais comuns foram doenças do aparelho circulatório, doenças respiratórias e ‘sintomas, sinais e resultados clínicos e laboratoriais anormais não classificados em outra parte’ (incluindo principalmente indivíduos cuja morte foi devida a razões desconhecidas)”, diz a pesquisa.
Leia mais:Pessoas diagnosticadas com hipocondria também apresentaram um risco quatro vezes maior de morte por suicídio se comparado com indivíduos da população em geral. Esse alerta pode ser agravado se o paciente tem histórico de ansiedade e depressão ao longo da vida.
“Tomados em conjunto, estes resultados ilustram um paradoxo, segundo o qual os indivíduos com hipocondria têm um risco aumentado de morte, apesar dos seus medos generalizados de doença e morte. Neste estudo, a maioria das mortes poderia ser classificada como potencialmente evitável. Rejeitar os sintomas somáticos destes indivíduos como imaginários pode ter consequências terríveis. Mais deve ser feito para reduzir o estigma e melhorar a detecção, o diagnóstico e os cuidados integrados apropriados (ou seja, psiquiátricos e somáticos) para esses indivíduos”, pontua a pesquisa.
A pesquisa foi publicada na revista JAMA Psychiatry e pode ser acessada na íntegra neste link.
(Correio Braziliense)