Correio de Carajás

Rio Tocantins segue subindo e flagelados fazem protesto relâmpago

Demorou cerca de meia hora um protesto de famílias do Bairro Santa Rosa, na Marabá Pioneira, que fecharam a via de acesso ao núcleo no final da manhã desta segunda-feira. Eles reclamavam de falta de estrutura no abrigo da antiga Feirinha, depois que o Rio Tocantins ultrapassou os 10 metros acima do nível.

Em poucos minutos uma fila de cerca de 800 metros se formou na entrada e saída da Velha Marabá, em menos de uma hora o trânsito já estava normalizado.

Os moradores de uma área próxima ao campo de futebol “Del Cobra”, no Santa Rosa, retiraram fecharam a pista em frente o prédio do Bolsa Família e começaram o protesto, exigindo a presença de representantes da Prefeitura para garantir estrutura de iluminação e barracos no prédio da Feirinha.

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Lucélia Ferreira, uma das desabrigadas com a subida do nível do rio, disse que não conseguiu a ajuda da Defesa Civil para fazer sua mudança de casa para o abrigo da Feirinha. “Minha casa alagou na madrugada desta segunda-feira e tirei os móveis que tenho assim que o dia amanheceu. Agora, aguardamos ajuda com a estrutura e alimentos”, disse ela.

Famílias flageladas pela enchente fecharam a entrada da Velha Marabá para cobrar estrutura no abrigo

Valteir Araújo de Souza, que mora na Travessa São Pedro, no bairro Santa Rosa, disse que, no primeiro momento, não pensa em ajuda com alimentos, e que deseja apenas um barraco para não ficar ao relento com os filhos. “Nos deram apenas um plástico preto. Isso não resolve nosso problema. Fizemos esse protesto porque a Prefeitura diz toda vez que está se preparando para a enchente, mas quando a gente chega aqui não tem cobertura nenhuma e muito menos energia. Isso era o mínimo. Tá chegando famílias aqui a toda hora, mas não há organização. Só encontramos o chão cheio de mata e formiga”, reclama.

Major Portilho, do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil do Estado, disse que seus homens estão disponíveis para auxiliar a Defesa Civil Municipal no que for preciso no atendimento ao desastre da enchente. “A responsabilidade é da Prefeitura para estruturar os abrigos e nós entramos com pessoal ajudando no remanejamento das famílias para abrigos e casas de parentes e amigos”.

No segundo momento, quando houver distribuição de cestas básicas, os bombeiros estarão de prontidão para ajudar na distribuição. “Também provemos assessoria técnica no preenchimento da documentação necessária para que este desastre seja reconhecido junto ao governo federal, caso o município venha decretar situação de emergência”.

Móveis foram retirados das casas e colocados no meio do tempo, sem cobertura

NOTA DE ESCLARECIMENTO

No início da tarde, a Secretaria Municipal de Comunicação (SECOM) da Prefeitura de Marabá emitiu uma nota de esclarecimento sobre a celeuma. Leia na íntegra: “A Defesa Civil informa que desde o final de 2018 está em constantes tratativas com as associações e representantes de moradores que vivem em áreas de risco de enchentes e alagamentos para por em ação o plano de emergência, já sabido por todos os envolvidos assim que a cheia do rio representasse risco real de inundação.

Desde a semana passada (terça, dia 2), cerca de 18 famílias já foram retiradas de suas casas pela Defesa Civil e encontram-se em abrigo na Obra Kolping recebendo cestas básicas, kit de higiene e atendimento médico. A programação da Defesa Civil, em parceria com o Exército Brasileiro, Secretaria de Obras e Secretaria de Assistência Social, já havia determinado para que, na tarde desta segunda-feira seja iniciada a construção dos abrigos na entrada da Marabá Pioneira, conforme plano já previamente definido entre os moradores.

Portanto, a mobilização feita por alguns minutos na manhã de hoje é pontual e não corresponde ao plano de contingência elaborado e já em execução pela Prefeitura de Marabá”. (Ulisses Pompeu com informações de Josseli Carvalho)