Os rios Tocantins e Itacaiúnas voltaram a registrar acentuada baixa durante o final de semana e, nesta segunda-feira (7), a régua fluviométrica media 10,14 metros, o que foi muito comemorado pelas famílias flageladas. Com isso, levando-se em conta o histórico dos dias anteriores, o Tocantins pode retroceder dos 10 metros hoje, portanto abaixo da cota de alerta. Isso significaria todas as casas de ribeirinhos fora do alcance da água. De outro lado, milhares de pessoas permanecem em abrigos públicos.
A Defesa Civil do município (Comdec) divulgou ontem que segue o trabalho de atendimento às famílias desabrigadas e desalojadas pela enchente deste ano.
Na manhã desta segunda-feira (7), a régua da Estação de Coleta de Dados Hidrometeorológicos do Rio Tocantins, localizada na Seção do Fluvial do 52º Batalhão de Infantaria de Selva, no bairro de Santa Rosa, media 10 metros 14 centímetros acima do considerado normal pela Defesa Civil, há 15 dias o nível do rio alcançou os 13,10 metros.
Leia mais:Com o recuo no nível do rio, mesmo reduzindo o número de retirada de famílias de áreas alagadas, o trabalho de atendimento às demais famílias atingidas não parou. No período de 30 de dezembro de 2021 a 4 de fevereiro foi realizado o cadastramento de 7.510 famílias.
“Nosso atendimento nunca parou, durante todo o período da cheia buscamos atender ao máximo o número de pessoas que foram atingidas pela enchente. Um trabalho mais humanizado e conseguimos dar um acompanhamento a essas famílias com atendimento nos abrigos, onde houve uma ação conjunta de vários órgãos da Prefeitura”, relatou Jairo Milhomem, membro da Defesa Civil Municipal.
Durante a semana de 07 a 11 de fevereiro, a Defesa Civil do município vai estar nos abrigos realizando o atendimento às famílias. Uma ação conjunta com os demais órgãos como Seaspac e Secretaria Municipal de Saúde, na programação consta ação de distribuição de kits de higiene e limpeza, cesta básica e vale gás.
Durante a cheia, foram construídos pela Prefeitura de Marabá 21 abrigos onde atenderam 1.013 famílias. A Defesa Civil cadastrou ainda 2.485 famílias desalojadas, que foram para casa de amigos ou parentes. Em áreas ribeirinhas, também atingidas pela cheia, 797 famílias foram atendidas e mais 862 famílias ilhadas, onde permaneceram morando no piso superior da residência durante toda enchente.
A Defesa Civil ainda orienta que as famílias não retornem para as residências neste momento e aguardem um comunicado oficial para que possam fazer o retorno em segurança. O SSAM (Serviço de Saneamento Ambiental de Marabá), continua a limpeza de ruas que foram atingidas pela enchente.
Dedetização
Com roupas especiais, máscaras e pulverizadores, os agentes de endemias entram em ação nos abrigos, onde vivem as vítimas da enchente, contra inimigos pequenos, mas incômodos e que podem até ser mortais, como o Aedes aegypt, mosquito transmissor da dengue e outras doenças.
O agente Reginaldo Rodrigues explica que o trabalho deles vem depois de uma ação educativa, onde as pessoas são informadas sobre os cuidados para evitar a proliferação dos mosquitos. “O pessoal faz visitas, palestras, entrega de panfletos, entrega de cloro e agora viemos fazer esse trabalho de pulverização para não complicar a questão endêmica dos abrigados. Estamos trabalhando com a borrifação de partículas, lançadas ao ar, que faz o trabalho em torno dos barracos”, esclarece o agente de endemias.
Reginaldo Rodrigues, agente
De acordo com o Centro de Controle de Zoonoses, CCZ, o processo será feito em todos os abrigos. A pulverização já foi realizada nos abrigos da Folhas 32, 33 e folha 14. Na sexta-feira passada, 04, foi a vez do abrigo da Colônia Z-30 para tranquilidade de quem tem de viver por lá.
Marilene Ferreira
Marilene Ferreira também ficou satisfeita com a ação devido à intensa presença de mosquito por conta da cheia. “É muito bom, porque esses dias tinha mosquito que não acaba mais. Alivia. Tem muita criança também, a gente fica com medo né”, comenta a dona de casa.
Hugo de Andrade
Hugo de Andrade Silva avalia a ação como importante, pois sente que o perigo ronda por perto. “Minha esposa estava com todos os sintomas, nós fomos lavar a casa e já tem dias que ela está sentindo febre, dor no corpo. Então combater o mosquito é bem melhor, tem muita muriçoca por aí. Na verdade, não sabemos o que é. Tem muito morcegos também por aqui, por causa das árvores”, observa o auxiliar de produção. (Da Redação, com Ascom PMM)