Está marcado para esta terça-feira, 29, na Comarca de Rio Maria, no sul do Pará, o julgamento dos policiais federais Pedro Alexandre de Sousa Gonçalves e Francisco Aurélio Alves de Oliveira, acusados de matar o jovem Wender Alves da Silva, no dia 4 de janeiro de 2001. O crime aconteceu em via pública, no centro da cidade.
Segundo informações levantadas no inquérito policial, os policiais estavam em Rio Maria integrando parte de uma equipe que fazia a segurança do ex-prefeito Agemiro Gomes. Na ação, os acusados, além de atirar em Wender, também atiraram contra os jovens José Oliveira Ferreira Alves, Pedro Pereira dos Santos e Romildo dos Santos Luz, que estavam juntos com a vítima, que morreu na hora.
Na denúncia do Ministério Público do Pará (MPPA) consta que antes do crime, os policias haviam passado por vários bares da cidade ingerindo bebida alcoólica e que, ao chegaram ao bar denominado ‘Fim de tarde’, indagaram às pessoas que estavam no local sobre um veículo tipo Van, branca, que havia minutos antes passado no local ‘cantando pneus’.
Leia mais:Diante do silêncio das pessoas, o policial Pedro Alexandre, sacou da cintura uma arma de fogo e sob ameaças obrigou um dos fregueses, conhecido por ‘Jaburu’, a entrar no carro deles, e mostrar para onde a Van teria ido.
Nisso, em seguida, uma Van apareceu e em ato contínuo os policiais dispararam inúmeros tiros em direção ao veículo onde estavam Wender Alves, que dirigia, e os amigos dele, José Oliveira, Pedro Pereira e Romildo Santos. Ainda segundo o MPPA, os primeiros tiros foram em direção a Wender, que morreu na hora.
Em seguida, os agentes atiraram nos pneus do carro e em direção dos demais jovens. De acordo o promotor Franklin Jones, que junto com outro colega atuará na acusação dos réus, o Ministério Público vai pedir a condenação dos acusados por homicídio qualificado. Se forem condenados, poderão pegar penas de 12 a 30 anos.
O promotor adiantou ainda que não tem previsão do tempo que vai durar o julgamento e que tudo depende do número de testemunhas que comparecerão. De acordo com o rito, primeiro serão ouvidas as testemunhas, em seguida os réus falarão e logo após ocorrera a votação dos jurados e por fim o veredito do juiz.
De acordo com informações, familiares e amigos de Wender estão preparando manifestações pedindo justiça. O julgamento era para ter ocorrido em 25 de outubro de 2018, mas foi suspenso pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará, após os acusados terem entrado com um processo de desaforamento, pedindo que o júri popular não fosse realizado em Rio Maria, o que foi negado (Tina Santos – com informações MPPA)