O Rio Tocantins atingiu a marca de 9,27 metros na tarde desta sexta-feira (15). Com isso, as águas estão a poucos centímetros de atingir o nível de condição de alerta, que é de 10 metros, em Marabá. Na última edição, o CORREIO produziu uma Reportagem que mostrava um grupo de pessoas vindas de diversos bairros, como Carajás II e Belo Horizonte, que foram “expulsas” de casa por terem as residências invadidas pelas águas do Itacaiúnas. Elas se abrigam, por conta própria, no espaço cedido pela Obra Kolping.
Em condições precárias, os moradores tentavam se ajeitar como podiam no espaço e reclamavam de não estarem recebendo nenhum tipo de ajuda da Defesa Civil municipal ou da Prefeitura de Marabá. Após a repercussão da matéria do CORREIO, os desabrigados começaram a receber a assistência que precisavam.
Na tarde de ontem, a equipe de Reportagem retornou ao ginásio para conferir o que estava sendo feito por lá e se deparou com funcionários da prefeitura limpando o local. Além disso, dois banheiros químicos, uma caixa d’água e um girau para lavar louças e roupas foram disponibilizados ali.
Leia mais:De acordo com a dona de casa, Keila Dalila, que já está no abrigo desde a semana passada, no dia seguinte à entrevista, na última quinta-feira (14), funcionários da Defesa Civil municipal foram até o local e realizaram o cadastro das famílias que se encontram por lá. Também no mesmo dia, pela manhã, os desalojados receberam dois banheiros químicos, que já foram fixados no ginásio e já está sendo utilizado pelos moradores.
Pedidos atendidos
Outra súplica dos moradores era a questão da energia elétrica, que eles também precisaram improvisar, por conta própria, um fio de energia que pudesse ao menos ligar as geladeiras para que o que restava de comida não estragasse.
“Eles consertaram a energia desse lado porque estávamos somente com um fio improvisado. Também colocaram mais fio do outro lado. À vista do que nós estávamos passando, já deu para ver que melhorou alguma coisa, graças a Deus”, comemorou Keila.
Ainda segundo ela, será instalado um chuveiro e outro banheiro químico foi prometido ser enviado pela prefeitura. “Acredito que agora vai ficar bom, fomos ouvidos e esperamos continuar a ser atendidos por eles. Que tudo dê certo”, finalizou.
Na tarde de ontem, a Reportagem do CORREIO entrou em contato com Jairo Milhomem, coordenador da Defesa Civil municipal para mais informações sobre os desabrigados. Ele atendeu apenas ao primeiro telefonema, alegou que estava em trânsito e pediu para ligarmos novamente em instantes. Mais tarde, outras tentativas de ligação do Jornal não foram atendidas. O CORREIO tinha uma série de questionamentos a fazer ao coordenador, emanados por populares que já temem o desabrigo. (Karine Sued)