Prestes a ser levado a júri popular em Marabá, a defesa de Vinícius Nogueira Gatti entrou na Justiça com um pedido de habeas corpus, tentando garantir um exame de sanidade mental para o réu. Ele é acusado de homicídio qualificado, crime que tirou a vida de Fabbllu Ohara de Lima Gonçalves, em 29 de janeiro de 2020. O julgamento vai acontecer na segunda-feira, 2 de junho. O réu também responde a acusações relacionadas ao porte e uso de arma de fogo.
O pedido de habeas corpus foi feito após o juízo da 1ª Vara Criminal de Marabá negar a realização de um exame de insanidade mental, mesmo com os indícios apresentados pela defesa.
As informações foram consultadas pela reportagem do Correio de Carajás no site do TJPA. O acesso aos dados é aberto.
Leia mais:Segundo a defesa, havia “elementos concretos que suscitaram dúvidas sobre a sanidade do paciente (Vinícius)”, daí a necessidade de avaliar se ele tinha condições psicológicas de entender o que fazia no momento do crime e se está apto a participar do julgamento.
A defesa apresentou documentos como laudo psicológico e relatório psiquiátrico, que indicariam possíveis problemas na saúde mental do acusado. No entanto, o pedido foi recusado pelo juízo da 1ª Vara Criminal de Marabá.
Diante da negativa, os advogados recorreram à Justiça, pedindo que a decisão fosse anulada e que o exame fosse realizado de forma urgente. Também solicitaram que o processo criminal fosse suspenso até a conclusão da perícia médica.
Apesar do recurso, a defesa decidiu desistir do habeas corpus antes do julgamento do pedido, sem apresentar os motivos. Diante disso, a desembargadora Eva do Amaral Coelho homologou a desistência e arquivou o processo.
RELEMBRE O CRIME
Em janeiro de 2020, uma reunião de amigos no Bairro Novo Horizonte terminou com a morte de Fabbllu Ohara de Lima Gonçalves, que na época tinha 30 anos. Ele foi morto com um tiro na cabeça, dentro da casa de Vinícius Nogueira Gatti, de 32. Segundo a Polícia Civil, o disparo teria ocorrido de forma acidental enquanto Gatti manuseava uma pistola durante o encontro.
Após o crime, Gatti acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), assumiu a autoria, mas fugiu do local. Ele se apresentou dias depois na delegacia, quando já havia um mandado de prisão expedido contra ele. Na ocasião, recebeu voz de prisão e prestou depoimento.
A defesa afirma que o disparo foi acidental e que Vinícius teria jogado a arma no rio após o ocorrido. A vítima deixou esposa e filha. Desde então, a família luta para que a Justiça seja feita. (Luciana Araújo)