A Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup) informou que o responsável pela lancha Dona Lourdes II, que naufragou próximo à ilha de Cotijuba, em Belém, deve responder por homicídio doloso. A Polícia Civil considerou que ele teria assumido o risco de produzir resultados como o naufrágio registrado na quinta-feira (09).
De acordo com a Segup, 82 pessoas estavam na embarcação e, até então, 13 óbitos foram confirmados, quatro pessoas seguem desaparecidas, e 65 sobreviveram. Nesta sexta-feira (9), moradores saíram em cortejo para receber os corpos das vítimas. O Governo do Pará e a Prefeitura de Belém decretaram luto oficial de três dias.
A maior parte das vítimas são de Salvaterra, na Ilha do Marajó. A lancha saiu de um porto clandestino no município de Cachoeira do Arari. De acordo com passageiros, o dono da lancha estava a bordo e sobreviveu, mas até o momento não foi localizado.
Leia mais:Marcos de Souza Oliveira, apontado pela Polícia Civil como o dono da embarcação, já havia sido notificado por outras irregularidades na navegação nos meses de fevereiro, julho e agosto deste ano e, para driblar a fiscalização, trocava de lancha para operar, ainda que de forma clandestina, como era o caso da que afundou. A embarcação não tinha autorização para realizar transporte intermunicipal de passageiros.
Em nota, a Polícia Civil informou que “já foram solicitadas medidas cautelares ao Poder Judiciário em relação aos responsáveis pela embarcação”.
Sobreviventes informaram que os próprios tripulantes informaram que não precisariam usar nenhum tipo de colete, pois um barco estaria indo para o local para resgatá-los, o que não ocorreu.
Duas linhas de investigação foram traçadas:
- a Delegacia Especializada Fluvial da Polícia Civil instaurou um inquérito policial para investigar o naufrágio e informou que está adotando todas as medidas cabíveis dentro das suas atribuições para responsabilizar criminalmente os responsáveis;
- a Marinha investiga as circunstâncias do acidente, sendo que o Tribunal Marítimo é o órgão responsável por dizer quais serão as penas que os responsáveis deverão pagar após os procedimentos cabíveis.
Informações sobre o responsável pela lancha podem ser repassadas pelo Disque Denúncia, no número 181.
Naufrágio
Ao menos 63 pessoas foram resgatadas com vida, de acordo com o Governo do Pará durante coletiva de imprensa realizada na tarde de quinta (8).
A lancha não possuía autorização para transporte intermunicipal de passageiros e saiu de um porto clandestino, segundo a Agência de Regulação e Controle dos Serviços Públicos do Estado do Estado do Pará (Arcon-PA), que já tinha notificado a empresa três vezes, a última em agosto.
(Fonte:G1)