Correio de Carajás

Residencial Morumbi, em Marabá, pede muro para evitar meninos no trilho

Cansados de esperar desde 2014 por um muro que ainda não foi erguido, mais de 100 moradores do Residencial Morumbi, localizado entre o Km 6 e a Estrada de Ferro Carajás, resolveram acionar o Ministério Público Estadual (MPPA), para que este ingresse com uma ação judicial de obrigação de fazer, compelindo a mineradora Vale a construir o muro.

Segundo o presidente da Associação de Moradores do Residencial Morumbi, Thiago Bertoli, o trilho do trem da Vale passa ao lado do residencial, entretanto, só há alguns pontos em que a Vale construiu o muro e o bairro ficou com contato direto aos trilhos do trem.

Carros também passam por dentro do bairro, com acesso pela EFC

A falta do muro expõe diretamente os moradores aos trilhos, bem como as crianças. “No residencial, há o clube da bike, onde as crianças andam pelo bairro de bicicleta e, não raro, são encontradas andando no trilho e, pasmem, até mesmo de cavalo pelo local restrito às locomotivas. Realizamos reuniões com os pais, alertamos, desenvolvemos um trabalho educativo, mas sempre há ocasiões em que situações como as descritas acima ocorrem”, lamenta Thiago, que é advogado.

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Ainda de acordo com ele, a falta do muro também traz prejuízos quanto ao fluxo de veículos, pois alguns condutores, com intuito de se livrar do engarrafamento na rodovia que passa ao lado, usam um acesso ilegal dos trilhos para passarem por dentro do residencial, inclusive caminhões e tratores de coleta de lixo, que querem uma segunda opção de acesso ao aterro sanitário. “Já foram realizadas algumas reuniões com a Vale, porém a mesma se mantém inerte até o momento”, lamenta.

O presidente da Associação de Moradores relembra que, em 2018, um idoso acessou os trilhos pelo residencial e foi atropelado, vindo a falecer. Segundo ele, a própria equipe de segurança da Vale reconhece o perigo do trânsito de pessoas e veículos na área do residencial e garante que há vários registros já anotados, porém, os trabalhadores da empresa justificam que o setor responsável é outro, cabendo a eles apenas realizar o registro e repassar o fato para a coordenação do seu setor.

Diante do longo tempo à espera pelo muro, a entidade, junto com os moradores, produziu um abaixo assinado para que a Vale execute a construção do muro, entretanto, não foram atendidos até agora, segundo ele.

A Reportagem do CORREIO enviou pedido de informações à Assessoria de Comunicação da Vale, que enviou a seguinte nota sobre o caso: “A Vale ressalta que compartilha do mesmo objetivo exposto pela Associação, em garantir a segurança das pessoas e da operação ferroviária, conforme também já informado à Associação de Moradores. A empresa voltará a se reunir com a comunidade, para o encaminhamento de solução, em comum acordo com os moradores”. (Ulisses Pompeu)