O Parlamento do Reino Unido deu a primeira aprovação a um projeto de lei que vai proibir a venda de cigarros para todos que nasceram a partir de 1º de janeiro de 2009.
A lei ainda precisa passar por outras votações para ser instituída. Se isso acontecer, o país será um dos lugares com mais restrições ao tabaco no mundo.
A ideia é tentar criar a primeira geração livre do fumo. As pessoas que completam 15 anos em 2024 nunca vão poder comprar cigarros ou vapes legalmente.
Leia mais:Hoje, só os maiores de 18 podem comprar cigarros ou vapes. O projeto é implementar a lei em 2027 e, a partir de então, a cada ano a idade mínima para comprar cigarro vai aumentar em um ano, até que a população inteira seja proibida de comprar tabaco.
Além das mudanças na idade mínima para comprar tabaco, o texto cria restrições ao vape. Por exemplo, não vai permitir sabores e nem a venda de aparelhos baratos, que são mais acessíveis.
O projeto de lei é uma iniciativa do governo, mas no partido do primeiro-ministro Rishi Sunak não há consenso.
No plenário do Parlamento na terça-feira (17), 383 deputados votaram a favor, e 67 contra.
Os especialistas em saúde elogiam a iniciativa, e o principal partido de oposição, o Partido Trabalhista, apoiou. Mas uma parte dos deputados governistas (especialmente os parlamentares identificados como libertários), ou seja, aliados de Sunak, afirmam que a iniciativa não é conservadora.
Políticos conservadores importantes, como os ex-primeiros-ministros Boris Johnson e Liz Truss, afirmaram que o projeto limita as liberdades pessoais.
Há um lobby de direitos dos fumantes que afirma que o projeto pode criar um mercado ilegal e, além disso, trata os adultos do futuro como crianças.
O governo diz que não pretende criminalizar o cigarro e que aumentar a idade mínima para comprar cigarros ao longo dos anos nunca vai impedir as pessoas que hoje podem comprar.
Cerca de 13% da população do Reino Unido fuma. A porcentagem caiu desde os anos 1970.
Segundo as autoridades, 80 mil mortes por ano são causadas pelo tabaco. Essa ainda é a principal causa de mortes que poderiam ser evitadas.
(Fonte: G1)