No fim da manhã de hoje, quarta-feira (05), entregaram-se à Polícia Civil os empresários Kelley Borges de Araújo Machado e Clainor Scalabrin. Ambos estavam foragidos da Justiça desde o dia 18 de outubro do ano em curso, quando foi deflagra a segunda fase da Operação Assírios, da Delegacia de Repressão a Defraudações Públicas (DRDP), vinculada à Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), e da Promotoria de Justiça de Redenção.
Kelley é empresária e esposa de Carlos Henrique Machado, líder da associação criminosa e pai de Luiz Henrique Machado, também empresário e integrante da associação criminosa. Clainor Scalabrin era, à época dos fatos, secretário de obras da Prefeitura de Redenção e se beneficiava conscientemente, participando ativamente para a consecução do esquema criminoso, com locação de veículos para as prestadoras de serviço da prefeitura.
A investigação apurou fraudes ocorridas na gestão municipal de Redenção em sete contratos administrativos dos anos de 2013 a 2015 que ultrapassam o valor de R$ 15 milhões. No dia 13 de setembro, mais de 80 policiais civis e do Ministério Público deflagraram a primeira fase da operação policial, ocasião em que foram cumpridos 24 mandados judiciais de busca e apreensão e prisão, nas cidades de Redenção, Rio Maria e Tailândia.
Naquela ocasião foi apreendida farta documentação na Prefeitura Municipal de Redenção, secretarias municipais, sedes de empresas e residências de alguns indiciados, além de serem presos empresários e agentes públicos, sendo os empresários Carlos Henrique Machado, Luiz Henrique Pereira Machado, José Luiz Noletto Soares e os agentes públicos Sivaldo Alves de Souza e Valdeon Alves Chaves. Em outra decisão judicial foi bloqueado o valor de 21 milhões de reais do patrimônio dos indiciados.
Três pessoas foram presas nos Municípios de Rio Maria e Redenção, no Estado do Pará; além de Uberlândia, no Estado de Minas Gerais, respectivamente: Erlan Silva Cassimiro; Heloiza Helena Machado e Alessandro Dantas de Araújo. Posteriormente, foram presos Patrícia de Sousa Gonçalves, em Parauapebas, e o advogado e ex-procurador geral do Município de Redenção, Sérgio Santana.
O esquema criminosamente se dava da forma em que através de fraudes, montava-se um procedimento licitatório, com o beneplácito do secretário de Obras e dos empresários e demais servidores, a fim de que empresas previamente designadas, com propostas vantajosas apenas para os agentes criminosos, em detrimento da administração pública, e com valores com sobrepreço, fossem vencedoras, passando a desviar recursos com a inexecução do contrato, total ou mesmo parcial, ou ainda com superfaturamento.
Os ativos subtraídos da municipalidade retornavam aos seus defraudadores, afirmou o delegado Carlos Vieira, titular da unidade policial especializada em combate a desvios de recursos públicos. Os presos desta quarta ficarão custodiados pela SUSIPE-Sistema Penal, no Centro de Recuperação Regional de Redenção.
(Ascom/Polícia Civil)