Correio de Carajás

Reconstrução mamária: quando ela é indicada e como é feita após o câncer

A reconstrução mamária é um dos passos mais importantes na recuperação física e emocional de mulheres que enfrentaram o câncer de mama

Foto: Freepik

Foi durante o banho que a empresária Carla Andrea de Almeida Meleck, de 59 anos, percebeu que havia algo de errado em seu seio. Ao procurar um mastologista veio o diagnóstico: câncer de mama.

Foi durante o banho que a empresária Carla Andrea de Almeida Meleck, de 59 anos, percebeu que havia algo de errado em seu seio. Ao procurar um mastologista veio o diagnostico: câncer de mama.

A reconstrução mamária é um dos passos mais importantes na recuperação física e emocional de mulheres que enfrentaram o câncer de mama. O procedimento pode ser realizado logo após a retirada do tumor ou em um segundo momento, dependendo do tipo de câncer, do tratamento adotado e do estado de saúde da paciente. No caso de Carla as duas cirurgias foram feitas simultaneamente.

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“Com o tempo, percebi que a reconstrução da mama passou a ter um significado muito maior do que eu imaginava. Era uma forma de me sentir inteira novamente, de retomar o controle da minha vida, apesar do câncer. A vida seguia e onze meses após a cirurgia, meu filho se casou e eu pude entrar com ele na igreja — reconstruída, me sentindo bonita, inteira e feliz”, acrescenta Carla.

Mais do que uma questão estética, a cirurgia de reconstrução mamária tem um papel fundamental na autoestima e na retomada da rotina após o diagnóstico.

De acordo com o mastologista Guilherme Novita existem diferentes técnicas para reconstruir a mama. As mais comuns envolvem o uso de próteses de silicone ou tecidos do próprio corpo, retirados do abdômen, costas ou coxas.

“Lembrar que nas técnicas de reconstrução a gente também tem as mamoplastias oncológicas ou chamadas de oncoplastia, que é um princípio parecido com aqueles de quando você faz uma plástica de redução de mama. Aqui no caso você tira a região do tumor e usa o tecido que sobrou você faz um remodelamento para deixar a mama menor mais levantada e simétrica fazendo isso obviamente dos dois lados. Para quem olha vai parecer que essa paciente fez uma plástica de redução de mamas, mas na verdade ela fez também a retirada de um tumor”, detalha o mastologista da Oncoclínicas.

A decisão sobre o método mais adequado leva em consideração fatores como o tipo de tumor, tamanho e estado de saúde do paciente. Fatores que também são avaliados para definir se a reconstrução será feita no mesmo momento da retirada do tumor ou se uma nova cirurgia será feita após outros tratamentos como de radioterapia, por exemplo.

“Durante um tempo, houve questões acerca da segurança da reconstrução da mama simultânea com a mastectomia. Porém, estudos comprovam a eficácia do procedimento desde que seja feita a ressecção do tumor com uma margem de segurança ampla, mas é muito importante avaliar todos os aspectos sistêmicos, funcionais, principalmente psicológicos nas mulheres por conta do câncer”, diz Josué Montedonio, cirurgião plástico.

A reconstrução mamária é um direito garantido por lei no Brasil desde 2013, tanto na rede pública quanto na privada. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece o procedimento gratuitamente.

Em julho deste ano, o direito foi ampliado e passou a abranger todas as mulheres que sofrerem mutilação total ou parcial da mama, independentemente da causa. A lei 15.171 diz ainda que todas “têm direito a cirurgia plástica reconstrutiva, respeitada a autonomia da mulher para, plenamente esclarecida, decidir livremente pela execução do procedimento”.

(Fonte:CNN Brasil/Simone Machado)

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