Nesta quinta-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, uma ação de um grupo de estudantes da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), ganhou os corredores da Unidade II, localizada na Folha 17, em Marabá. Por lá, os integrantes da ONG ‘Engenheiros sem Fronteiras’ (ESF) espalharam toneis de coleta de papel reciclável. Esse é um pequeno passo, entre tantos, para jovens que querem mudar o mundo.
Em um ano em que discutir os impactos das mudanças climáticas está em alta na Amazônia, o programa “Reciclaí” nasce como uma iniciativa 100% marabaense, voltada para a sustentabilidade e em alinhamento com a ODS 12, da Agenda 2023 da ONU.
O chamado ‘Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12’ (ODS 12) foca em garantir padrões de consumo e produção sustentáveis. O intuito é promover uma mudança fundamental na forma como os recursos são utilizados e como os produtos são produzidos, com o objetivo de proteger o meio ambiente e garantir um futuro mais justo para as próximas gerações.
Leia mais:
“Bom, o propósito (dos toneis) é contribuir com a redução de resíduos nos lixões daqui de Marabá e também evitar corte de árvores que seriam destinadas para produção de papeis novos”, explica Gislane Luz, uma das integrantes do ESF. Ela está no 5º período do curso de Engenharia de Minas e Meio Ambiente da Unifesspa e foi a porta-voz da ONG durante uma entrevista para este CORREIO.
A estudante revela que a coleta iniciou no dia 1º de junho e não tem prazo para encerrar. Para isso, três toneis foram espalhados pela Unidade II, local que concentra os cursos de STEM (Science, Technology, Engineering, and Mathematics ou em português: Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática).
A rede do ESF é nacional, mas toda a ação foi pensada e desenvolvida pelos 30 estudantes que fazem parte do núcleo marabaense. Além deles, três professores da Unifesspa integram a ONG. Ela está pautada nos pilares de sustentabilidade, infraestrutura, urbanismo e busca, com frequência, realizar trabalhos, ações e projetos voltados para esses eixos.
FORMANDO ENGENHEIROS MELHORES
“É importante deixar um legado de responsabilidade socioambiental dentro da universidade e para os futuros profissionais que irão entrar no mercado de trabalho”, declara Bruno Torres Barreto, engenheiro ambiental na Unifesspa e integrante da secretaria de infraestrutura da instituição.
Em entrevista a este CORREIO, ele detalha que campanhas como a ‘Reciclaí’ estão alinhadas com os valores de sustentabilidade da Unifesspa. Em 2023 a instituição criou a Divisão de Meio Ambiente e Serviços (DIMAS), desde então o departamento se movimenta para realizar ações de responsabilidade ambiental. Um exemplo disso é a viabilização da coleta seletiva na universidade.
“Inclusive, estamos em processo de formalização de parceria com a Corema, uma cooperativa local, para expandir esse trabalho. Não fazer apenas em um mês específico, mas expandir para que a gente possa coletar e dar destinação ambientalmente adequada e de acordo com a legislação mais moderna”, complementa o engenheiro.
Para José Elisandro de Andrade, professor da Unifesspa e atual diretor geral do Instituto de Geociências e Engenharias (IGE), é gratificante ter alunos envolvidos em grupos como o ‘Engenheiros sem Fronteiras’, principalmente pelo impacto social relevante.
“Durante essa Semana do Meio Ambiente estamos intensificando a ação nas salas de aula, com os professores, mas a nossa ideia é que seja uma ação permanente”, afirma.
Para ele, ações como essa são importantes para o desenvolvimento dos estudantes, colaborando para que, ao se tornarem egressos, sejam socialmente justos. Dentro do perfil de formação da Unifesspa, iniciativas como essa colaboram para formar bons engenheiros.
O que pode e o que não pode ser descartado
Materiais recicláveis: jornais e revistas; folhas A4; papel kraft, cartolina e rascunhos; impressos em geral; caixas de papelão.
Materiais não recicláveis: papeis sujos ou engordurados; guardanapos; papeis com restos de comida; papeis com adesivos ou contaminados; etiquetas, fotografias e embalagens metalizadas ou plastificadas. (Luciana Araújo)