Três torcedores do Valencia foram condenados a oito meses de prisão na Espanha por ataques racistas a Vinícius Junior, em maio de 2023, no estádio Mestalla. Os envolvidos também foram punidos com a proibição de entrar em qualquer estádio de futebol por dois anos, além de multas.
O presidente da LaLiga, Javier Tebas, comemorou a condenação, a primeira deste tipo na história do futebol espanhol.
— Esta sentença é uma ótima notícia para a luta contra o racismo na Espanha, pois repara os danos sofridos por Vinicius Junior e envia uma mensagem clara para aquelas pessoas que vão a um estádio de futebol para insultar que a LaLiga irá detectá-los, denunciá-los e haverá consequências criminais — disse Tebas.
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A volta ao Mestalla
Em março deste ano, Vinicius Junior voltou ao estádio Mestalla para novo confronto entre Valencia e Real Madrid. O brasileiro fez os dois gols dos visitantes no empate em 2 a 2. De acordo com relatório da LaLiga, Vinicius foi alvo da torcida do Valencia em pelo menos três momentos do confronto deste ano.
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Relembre os ataques racistas
Em 21 de maio, Vinicius sofreu o maior de todos os ataques racistas dentre vários sofridos nos últimos anos na Espanha. No Mestalla, em jogo entre Valencia e Real Madrid, já havia sido possível ouvir alguns gritos de “mono” (macaco, em espanhol) ao longo do jogo. Mas a situação explodiu aos 24 minutos do segundo tempo.
Numa jogada pela esquerda, Vinicius Junior foi atrapalhado por uma segunda bola dentro de campo. O atacante do Real Madrid reclamou disso com a arbitragem, e parte da torcida mais perto do gol do Valencia o hostilizou fortemente com xingamentos racistas.
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Vinicius puxou o árbitro Ricardo De Burgos Bengoetxea para denunciar um determinado torcedor atrás do gol. Pelas imagens de transmissão e fotos, é possível ver que outros jogadores, dos dois times, tentam acalmar os ânimos. Caso do lateral-esquerdo Gayà, capitão do Valencia.
O árbitro então conversou com jogadores e com os técnicos dos dois times, além do quarto oficial. O sistema de som do Mestalla emitiu dois avisos: um de que a partida tinha sido paralisada por causa desse episódio de racismo, e o segundo de que ela só voltaria caso os xingamentos e cânticos fossem encerrados.
Foram cerca de oito minutos entre o início da confusão da segunda bola em campo, passando pela denúncia de racismo, até a retomada do jogo.
O segundo tempo continuou, e por volta dos 48 minutos do segundo tempo, começou mais uma confusão na área do Valencia. O goleiro Mamardashvili partiu para cima de Vinicius Junior — ambos receberam cartão amarelo inicialmente —, e outros atletas foram envolvidos.
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No meio do empurra-empurra, o atacante Hugo Duro deu um mata-leão no brasileiro, segurando-o pelo pescoço. Ao se desvencilhar, Vinicius acertou o rosto do adversário. Acalmados os ânimos, o VAR chamou Burgos Bengoetxea, que reviu o lance e decidiu expulsar o brasileiro.
Após levar o cartão vermelho, Vinicius Junior saiu de campo aplaudindo e fazendo gesto com o número 2, em referência ao risco de rebaixamento do Valencia. Integrantes da comissão técnica e jogadores do time da casa foram tirar satisfação. O brasileiro precisou ser escoltado por colegas de Real Madrid.
(Fonte:G1)
