Correio de Carajás

Quase metade dos brasileiros se endividaram nos últimos 12 meses

“Eu entrei o ano de 2020 endividado, mas estou no processo de limpar o nome, já consegui quitar as dívidas com o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), agora preciso quitar a pendência com o Serasa, de uma conta que não lembrava que tinha”, detalha o cinegrafista Rodrigo Silva, morador de Parauapebas.

Assim como ele, 48% dos consumidores brasileiros não controlaram o orçamento e ficaram com ‘nome sujo’ em algum momento nos últimos 12 meses, tendo o CPF negativado. Os dados foram tabulados após levantamento realizado nas capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo SPC Brasil, divulgada nesta terça-feira (28).

Ainda de acordo com a pesquisa, 25% dos brasileiros endividados confiam na própria memória e não anotam as despesas, já 20% não fazem nenhum registro dos ganhos e gastos e 2% delegam a função para terceiros. O cinegrafista conta que a dívida no Serasa é decorrente de um contrato com um serviço de TV a Cabo do qual nem lembrava mais, e destaca que sempre que precisava fazer compras usava nomes de terceiros.    

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Outro dado preocupante, apontado pelo estudo, é que mesmo aqueles que realizam um controle finanças, somando 52%, ainda não o fazem de maneira adequada. A cada dez pessoas que adotam um método apropriado de controle, somente um terço planeja o mês com antecedência, registrando a expectativa de receitas e despesas do mês seguinte. A maioria, 39%, vai anotando os gastos pessoais conforme eles ocorrem e outros 27% só anotam os gastos após o fechamento do mês.

De acordo com a pesquisa, 78% dos brasileiros até conseguem terminar o mês com todas as contas quitadas, mas em 33% dos casos acaba não havendo sobras no orçamento. Já 22% dos entrevistados sofrem para administrar as finanças e deixam com frequência de pagar seus compromissos.

O QUE FAZER

A educadora financeira Nathália Sena, que atua em Parauapebas, destaca cinco atitudes para ter o controle financeiro, a primeira delas é “saber exatamente quanto ganha, a maioria das pessoas acha que ganha o que está escrito na carteira de trabalho, mas não sabem qual o salário líquido”, pontua.

A educadora financeira Nathália dá dicas para manter o dinheiro sob controle

Nathália cita também que muitas pessoas ainda não sabem o valor de custos fixos. “Se as pessoas não sabem quanto é o custo fixo, não tem controle sobre o quanto podem gastar, fica muito fácil se endividar”, descreve.

A educadora fala ainda que umas das regras básicas é ter dívidas que só comprometam no máximo 30% do salário líquido e “fazer uma reserva de emergência para que em imprevistos não precise usar limite de cartão e fazer empréstimos”, declara.

“Na hora que cair o salário, já manda um valor para investir. Outra coisa muito importante é as pessoas não conversam sobre dinheiro com os parceiros, a maioria faz conta escondido, isso muitas vezes gera brigas e até separações, pois gera muito descontrole e frustrações dos planos em comum”, garante Nathália.  (Theíza Cristhine – com informações do site CNDL)