Correio de Carajás

Quadrilheira mirim muda a rotina da família no período do Festejo Junino

Ágatha Mirelly, de 9 anos, tem rotina marcada por escola, balé, karatê e flauta. Em quatro meses do ano, os ensaios da Fogo no Rabo Mirim entram no pacote

Mãe e filha ficam no ‘corre corre’ para dar conta da rotina dos ensaios/ Fotos: Jeferson Lima

A pequena Ágatha Mirelly, de apenas nove anos de idade, nasceu e cresceu dentro da junina Fogo no Rabo, e desde os três anos é integrante da quadrilha mirim do Bairro Santa Rosa, na Velha Marabá.

Apaixonada por dança, a menina contou à Reportagem do CORREIO que ama participar dos ensaios e que o momento da apresentação na arena do Festejo Junino, montada no Complexo Poliesportivo, é um maravilhoso.

“Me sinto muito alegre. Sinto que não quero parar de dançar. O festejo é muito importante pra mim.  Sinto borboletas no estômago quando começo a dançar. Com a quadrilha demonstro toda a minha felicidade”, diz Ágatha com toda sua espontaneidade.

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Contudo, a rotina da menina – que conta com escola, balé, karatê e flauta – fica ainda mais movimentada no primeiro semestre de cada ano por conta dos ensaios da quadrilha junina. E, engana-se quem acha que ela fica cansada. “Amo a minha rotina. Não gosto de ficar desocupada”.

Marcela Bittencourt da Silva, 42, mãe da pequena dançarina, conta que esse período é um ‘corre corre’ para poder acompanhar os filhos nos ensaios. Além de Ágatha, ela também é mãe de Romeu, 4, (que estava na escola durante a entrevista).

A mãe ressalta que nesse período fica mais rígida com a filha, já que ela tem outras responsabilidades além da quadrilha.

“A quadrilha pra ela é prioridade, e é onde eu uso para que ela lembre de ter responsabilidade nas outras coisas. Às vezes, ela não quer acordar cedo pra ir para aula, por exemplo. Aí já falo logo ‘mas, para ir ao ensaio da junina você vai né? Não tem preguiça! Se não levantar pra ir pra escola vou te tirar da quadrilha’. Acabo fazendo uma chantagem, porque é algo muito importante pra ela”, relata a mãe.

Marcela conta que nem sempre pode acompanhar os filhos nos ensaios, já que trabalha como vendedora ambulante de lanches.

Mas, apesar disso, a rede de apoio que possui é fundamental para que os filhos continuem participando da junina. Ela afirma que sempre tem um tio, avô, e o pai das crianças, que estão por perto e fazem o percurso de buscar e levar aos ensaios.

“Se eu pudesse estaria dançando também. Mas, quando a gente é mãe, precisa escolher. A gente colhe para dar aos filhos, e eles são a minha prioridade. Então deixei de dançar para acompanhá-los”.

Ela relata que os ensaios começaram em meados de março, sendo uma ou duas vezes por semana. Porém, conforme a proximidade da festa, os ensaios vão aumentando, chegando a acontecer todos os dias.

“A coordenadora da quadrilha mirim entende que, às vezes a gente não pode levá-los, que tem tarefa pra fazer, que está doente. E as outras mães também sempre se ajudam. Acabamos nos tornando uma grande família mesmo”, finaliza a mãe.

Questionada pelo CORREIO o que vai fazer quando o período junino acabar, Ágatha diz que vai poder encontrar mais vezes os amigos para passear e brincar. Ágatha se apresenta no sábado, 24, com a junina Fogo no Rabo Mirim, que é a primeira a entrar na arena. (Ana Mangas)