Correio de Carajás

Quadrilha desviou R$ 6 milhões de verba federal

“Tudo nosso e nada deles”. Este é o nome da operação da Polícia Federal que desarticulou uma quadrilha que fraudava licitações em prefeituras no interior do Pará. Ao todo, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, sendo sete em Marabá e um em Bom Jesus do Tocantins, e mais três mandados de prisão temporária, todas em Marabá. Os mandados foram emitidos pela 2ª Vara da Justiça Federal de Marabá.

A reportagem do CORREIO conseguiu, com exclusividade, o nome dos três presos pela Federal nesta operação. São eles: Charles Pereira Macedo, Ivan Medrada da Silva e José Agmar Sampaio.

Delegado Geraldo Almeida: “Grupo criminoso se utilizava de empresas fantasmas”/ Foto: Josseli Carvalho

À frente da operação, o delegado federal Geraldo Almeida explica como os criminosos agiam: “Este grupo criminoso se utilizava de empresas fantasmas em que havia o direcionamento dessas licitações para esse grupo, que apresentava as empresas como se estivesse concorrendo às licitações, sendo que já havia o prévio acordo para o grupo sair vencedor através dessas empresas”.

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O delegado explicou que esse tipo de crime existe no Brasil todo, mas a PF vem combatendo, quando se trata de verba federal. Nesse caso específico, a Federal entrou em ação justamente porque os desvios envolviam recurso federal destinado à Educação. Ao todo, a associação criminosa pode ter desviado R$ 6 milhões referentes a diversas licitações.

A investigação da Polícia Federal começou há seis meses, mas – segundo o delegado – o grupo provavelmente já vinha atuando há mais de três anos.

O nome da operação, da qual participaram 50 policiais federais, faz referência à forma como os acusados se referiam aos outros participantes das licitações que entravam no certame, achando que estavam concorrendo, mas na verdade eram feitos de bobos, pois tratava-se de um jogo de cartas marcadas.

Advogado Odilon Vieira: “Já requeremos a revogação da cautelar”/ Foto: Evangelista Rocha

Depois de obter a identificação dos presos, a reportagem conseguiu o contato telefônico dos advogados de dois dos três suspeitos. Mas apenas um deles, Odilon Vieira, respondeu às mensagens enviadas pela reportagem.

Defesa

Ele disse ao CORREIO que seu cliente, José Agmar, está tranquilo, colaborou com as investigações, considerando sua inocência. “Já requeremos a revogação da cautelar constritiva decretada em seu desfavor. Acreditamos que será deferida”, afirmou, de forma resumida. (Ulisses Pompeu)