Correio de Carajás

Protesto na Ferrovia: depoimentos isentam professor

Embora o professor Evandro da Costa Medeiros venha travando uma briga judicial contra a mineradora Vale desde o final de 2015, por conta de um protesto nos trilhos da Estrada de Ferro Carajás (EFC), realizado em 20 de novembro daquele ano, testemunhas ouvidas ontem (6) pelo superintendente de Polícia Civil, Marcelo Delgado Dias, foram taxativas em afirmar que, ao contrário do que diz a mineradora, o professor Evandro não liderou o protesto.

As oitivas de testemunhas dizem respeito ao processo criminal movido pela Vale contra Evandro. Na ação civil, o professor foi absolvido da acusação de “fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite”, conforme artigo 345 do Código Penal, que tem como pena detenção de 15 dias a um mês ou multa. A sentença foi exarada em maio pela juíza Adriana Divina da Costa Tristão, da 1ª Vara do Juizado Especial Cível e Criminal de Marabá.

As testemunhas ouvidas nesta quarta-feira, na sede da Superintendência Regional de Polícia Civil, foram estudantes de Ciências Sociais da turma de 2013, da Universidade Federal do Sul e Sudeste Pará (Unifesspa), onde Evandro é professor. Elas confirmaram que ter participado do protesto, mas afirmaram que não havia líderes.

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Apesar da insistência da autoridade policial (que é comum em interrogatórios), as estudantes isentaram o professor de estar à frente do movimento. Em determinado trecho, o delegado pergunta se havia líderes, elas dizem, que não. Depois o policial questiona se Evandro era o líder, mas a resposta é a mesma.

Por fim, o superintendente pergunta se Evandro fez uso do microfone durante o protesto, ao que as estudantes responderam que sim, mas deixaram claro que não apenas Evandro discursou no protesto, mas também outras pessoas que do ato participavam.

Ou seja, pelo depoimento das testemunhas ouvidas ontem pela polícia, não fica caracterizado que Evandro Medeiros tenha sido o líder do protesto, como acusado a Vale.

O protesto que gerou o atrito entre o professor e a mineradora foi na verdade um ato de solidariedade aos moradores da cidade de Mariana, em Minas Gerais, onde uma barragem de rejeitos da Vale rompeu e contaminou o Rio Doce, num dos maiores desastres ambientais do País.

Saiba mais

Desde que chegou a Marabá, há 17 anos, Evandro vem conciliando educação e produções de documentários, muitos dos quais fazendo crítica aberta ao modelo minerário do País e abrindo espaço para ribeirinhos, indígenas e movimentos sociais.

(Chagas Filho)

 

 

Embora o professor Evandro da Costa Medeiros venha travando uma briga judicial contra a mineradora Vale desde o final de 2015, por conta de um protesto nos trilhos da Estrada de Ferro Carajás (EFC), realizado em 20 de novembro daquele ano, testemunhas ouvidas ontem (6) pelo superintendente de Polícia Civil, Marcelo Delgado Dias, foram taxativas em afirmar que, ao contrário do que diz a mineradora, o professor Evandro não liderou o protesto.

As oitivas de testemunhas dizem respeito ao processo criminal movido pela Vale contra Evandro. Na ação civil, o professor foi absolvido da acusação de “fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite”, conforme artigo 345 do Código Penal, que tem como pena detenção de 15 dias a um mês ou multa. A sentença foi exarada em maio pela juíza Adriana Divina da Costa Tristão, da 1ª Vara do Juizado Especial Cível e Criminal de Marabá.

As testemunhas ouvidas nesta quarta-feira, na sede da Superintendência Regional de Polícia Civil, foram estudantes de Ciências Sociais da turma de 2013, da Universidade Federal do Sul e Sudeste Pará (Unifesspa), onde Evandro é professor. Elas confirmaram que ter participado do protesto, mas afirmaram que não havia líderes.

Apesar da insistência da autoridade policial (que é comum em interrogatórios), as estudantes isentaram o professor de estar à frente do movimento. Em determinado trecho, o delegado pergunta se havia líderes, elas dizem, que não. Depois o policial questiona se Evandro era o líder, mas a resposta é a mesma.

Por fim, o superintendente pergunta se Evandro fez uso do microfone durante o protesto, ao que as estudantes responderam que sim, mas deixaram claro que não apenas Evandro discursou no protesto, mas também outras pessoas que do ato participavam.

Ou seja, pelo depoimento das testemunhas ouvidas ontem pela polícia, não fica caracterizado que Evandro Medeiros tenha sido o líder do protesto, como acusado a Vale.

O protesto que gerou o atrito entre o professor e a mineradora foi na verdade um ato de solidariedade aos moradores da cidade de Mariana, em Minas Gerais, onde uma barragem de rejeitos da Vale rompeu e contaminou o Rio Doce, num dos maiores desastres ambientais do País.

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Desde que chegou a Marabá, há 17 anos, Evandro vem conciliando educação e produções de documentários, muitos dos quais fazendo crítica aberta ao modelo minerário do País e abrindo espaço para ribeirinhos, indígenas e movimentos sociais.

(Chagas Filho)