A manhã desta quarta-feira (1) na Folha 29 foi marcada por um protesto de moradores das quadras 5 e 25 que bradavam por asfalto. Cansados de há anos implorarem pelo básico e receberem falsas promessas de gestores, os cidadãos interditaram a Av. Ve-2 com pneus queimados e até impediram a continuação do asfaltamento em outras ruas do bairro para que fossem notados e enfim escutados pela gestão atual de Marabá. Policiais e até o vereador Dato do Ônibus tentaram acalmar os ânimos dos que estavam ali.
A associação dos moradores relatou com muita indignação a situação persistente da folha, que só começou a ser asfaltada em partes, agora, segundo eles, privilegiando empresas que ali residem, como a Eletro Mateus. O bairro, existente há mais de 30 anos, sofre desde o inicio com a falta de drenagem que resulta em alagamentos até mesmo no verão.
A realidade dos 50 moradores que se reuniram para o protesto é lidar todos os dias com buracos, esgoto a céu aberto, pedras e lamas. Além disso, a falta de acesso à Escola Municipal de Ensino Fundamental Profª Fátima Maria Fernandes Gadelha devido a não pavimentação que expõe crianças e adolescentes à poeira e falta de saneamento básico diariamente.
Leia mais:De acordo com Lusmara Nascimento, representante do movimento, há 14 anos atrás deram início a pavimentação das ruas cobradas, com a promessa vazia de contemplar a estrutura adequada, mas nunca foi finalizada: “Nesse momento ruas estão sendo pavimentadas a fim de privilegiar o Centro de Educação Globo, o que nós entendemos, mas é injusto que mais uma vez continuemos sem receber o mínimo”, queixa-se.
A dona de casa Francisca Melo, mãe de três filhos, também relatou a dificuldade enfrentada por sua família e todas as outras que residem nas ruas em questão. Segundo ela, para os moradores das quadras 5 e 25, não é necessário o inverno para que eles tenham que lidar com alagamentos, pois qualquer chuva de verão já é suficiente para as ruas se tronarem inacessíveis. Ela também cita a existência de idosos e cadeirantes ali.
A fim de apaziguar a situação e estabelecer um acordo para liberar a avenida fechada pelos pneus que pegavam fogo junto aos ânimos dos protestantes, o tenente PM Juvenilson se reuniu com os presentes e comunicou que entrou em contato com o secretário de Obras, Fábio Moreira, e este informou que o gestor receberia dois representantes do bairro para poder discutir o problema, contanto que a manifestação fosse encerrada e a rua, enfim, tivesse o fluxo liberado.
Sem titubear, os moradores bateram o pé e exigiram que Tião comparecesse. Eles não encerrariam o movimento. O vereador Dato do Ônibus apresentou-se perante a associação e tentou conversar com os manifestantes explicando que antes de fazer a pavimentação seria necessário uma licitação e drenagem, o que foi rebatido pelos protestantes como sendo uma desculpa, já que durante 28 anos, ninguém nunca se comprometeu com tais necessidades, deixando a população sem respaldo algum. (Thays Araujo)