O que era para ser uma empresa de capacitação profissional tornou-se um projeto que tem como mote o cuidado da saúde mental para o desenvolvimento humano em todos os aspectos da vida. Este é o projeto “Viver entre Cores”, idealizado pela empresária e gestora de negócios Alessandra Lima. Atuando há cerca de quatro meses em Marabá e arredores, o projeto já atendeu mais de 500 pessoas, com palestras e escutas ativas.
Alessandra Lima conta que o link entre capacitação profissional e saúde mental se deu a partir da demanda observada na região. “A princípio, montei a empresa para começar a fazer formação sobre empregabilidade, coach. Mas com o tempo observei o quanto a falta de oportunidade de emprego afeta o lado emocional e entendi que não tem como pensar em empregabilidade sem antes atravessar este viés”, justifica.
Para acompanhá-la nesta imersão, Alessandra chamou a psicóloga gaúcha Samira Mahmud, que tem parentes em Marabá e vem à cidade frequentemente. Juntas, elas fecharam uma parceria para se pensar e cuidar da saúde mental e da questão da empregabilidade de forma integrada, contemplando campanhas realizadas em meses específicos. “A ideia é oferecer uma ação contínua durante todo o ano, para levar ao conhecimento das pessoas problemas gravíssimos enfrentados pela sociedade, como a questão do suicídio, depressão, abuso sexual, mutilação, entre outros, visto que antes de qualquer coisa, cuidar da alma é o mais importante”, avalia.
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O projeto “Viver entre cores” já realizou ações em Marabá e em outros municípios do entorno. De acordo com a psicóloga Samira Mahmud, a procura pela escuta ativa foi acima da expectativa. “A princípio, achávamos que as pessoas não iam ter coragem de chegar e falar, mas muito pelo contrário. Depois das palestras, quando abrimos para orientação, a procura é muito intensa. Em Palestina, por exemplo, quando realizamos uma ação, um grupo de 48 pessoas ficou em uma fila desde as 5 horas da manhã para receber orientação. Pessoas que sequer sabiam o que era um psicólogo, qual a função dele, mas que precisavam conversar com alguém”, revela.
Entre os casos observados pela equipe do “Viver entre Cores” nos municípios do sul e sudeste do Pará, Samira aponta o grande número de adolescentes e idosos com quadro de depressão. “Pessoas de todas as faixas etárias nos procuram, mas vemos um grande número de adolescentes e idosos em quadro de depressão. Ver um idoso nos seus 75, 80 anos pedindo orientação, dizendo que não quer mais viver é algo muito preocupante, e que precisa ser cuidado com urgência”, enfatiza a psicóloga.
Parcerias e próximas paradas
O projeto “Viver entre Cores” segue as atuações nos municípios em parceria com as prefeituras e secretarias locais, além do Instituto Sorriso Legal, que realiza cirurgias de correção do chamado Lábio Leporino gratuitamente para pessoas de várias partes do País. A próxima ação será em Eldorado de Carajás, onde recentemente foram registrados dois casos de suicídio. “É um número alarmante em tão pouco tempo. Iremos para lá e voltaremos também para as outras localidades que já visitamos”, anuncia Samira.
Para mais informações sobre como levar o projeto “Viver entre Cores” para a sua comunidade, é só ligar para o número 094 99231-3959. (Bianca Levy e Ulisses Pompeu)